A Petrobras decidiu retomar a proposta de ter a produção de fertilizantes como estratégico para a companhia e vai assumir a conclusão da obra da unidade de fertilizantes nitrogenados (UFN3) em Três Lagoas. Além de garantir a conclusão do empreendimento, que está com 82% das obras concluídas, a estatal vai garantir a geração de 650 empregos diretos em Três Lagoas.
Além de garantir o investimento bilionário em Mato Grosso do Sul, a petrolífera vai ampliar a compra de gás natural de Bolívia e poderá impactar positivamente a arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A empresa já definiu que a indústria vai consumir o gás importado por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil.
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Na semana passada, o governador Eduardo Riedel (PSDB), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O primeiro sinal de que reassumiria a obra da UFN3 foi dado com a decisão da Petrobras de retomar o plano estratégico que incluiu a produção de fertilizantes nitrogenados entre as prioridades da companhia. Na gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB), a empresa tinha abandonado a proposta e colocou os ativos, inclusive a fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, a venda para ser concluída por um grupo estrangeiro.
A venda chegou a ser comemorada pela então ministra da Agricultura e atual senadora, Tereza Cristina (PP). Ela celebrou o negócio, mesmo com a expectativa dos russos transformarem a indústria de fábrica em mera misturadora de fertilizantes, conforme denunciou Simone Tebet.
Verruck explicou que a Petrobras pretende assumir a conclusão da obra e a UFN3 será responsável por 15% da demanda de fertilizantes do País. Ela vai ter a capacidade somada das três indústrias existentes hoje, que produzem nitrogenados no Paraná, Paraíba e Bahia.
A conclusão da fábrica vai ter um impacto grande na economia de Mato Grosso do Sul e de Três Lagoas. Para o Brasil, a unidade vai tornar o País menos dependente do mercado externo na aquisição de fertilizantes.
A fábrica três-lagoense vai produzir 3,6 mil toneladas de ureia e 2,2 mil toneladas por dia de amônia. Para viabilizar o negócio, o Governo estadual concedeu R$ 2,2 bilhões em incentivos.
A UFN3 foi lançada em 2011 na gestão de Dilma Rousseff (PT) e parou em decorrência da Operação Lava Jato em 2014. As denúncias de corrupção suspenderam o empreendimento. A paralisação completa nove anos.
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