Preso por posse ilegal de arma de arma de fogo na Operação Cascalhos de Areia, Adir Paulino Fernandes, 65 anos, contou que é motorista autônomo e possui renda mensal de R$ 2,5 mil por mês com a venda de queijo em Terenos. Oficialmente, ele é o único dono da JR Comércio e Serviços, que possui capital social de R$ 500 mil.
A construtora é uma das cinco empresas investigadas pela 31ª Promotoria do Patrimônio Público e pelo GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) do Ministério Público Estadual por integrar organização criminosa acusada de praticar crimes de peculato, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação.
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O MPE apura que as construtoras simulavam contratos de locação de máquinas e manutenção de vias não pavimentadas para desviar dinheiro do município. Os contratos somam mais de R$ 300 milhões, segundo a assessoria de comunicação do órgão. Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Durante o cumprimento do mandado na Chácara Santa Dirce, em Terenos, os policiais do Batalhão de Choque encontraram o revólver calibre 32 da marca Rossi em um dos quartos da casa. O dono da construtora foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Terenos. Ele pagou fiança de um salário mínimo (R$ 1.320) e foi liberado.
Sobre a arma, ele contou que pertencia ao pai, que morreu aos 92 anos em 2019 em Rio Brilhante. Adir revelou que desde criança tem lembrança do revólver e não se recorda onde o pai comprou e quanto pagou pela arma.
Em depoimento à polícia, Adir contou que é motorista autônomo e sobrevive de uma renda mensal de R$ 2,5 mil por mês proveniente da venda de queijo e outros produtos produzidos na chácara, que fica a três quilômetros da cidade de Terenos.
Oficialmente, Adir é o único sócio da JR Comércio e Serviços, uma das cinco empresas investigadas pelo desvio de dinheiro da prefeitura. A Receita Federal do Brasil informa que a empresa está ativa e tem capital social declarado de R$ 500 mil.