Duas décadas após o escândalo, quando o Governo estadual praticamente livrou da Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, a polêmica entidade comandada pelo sul-coreano Revendo Moon, de pagar multa ambiental de R$ 45,2 milhões, a entidade quitou o débito.
Com o pagamento, feito por meio do Refis lançado em 2021 pelo então governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a Justiça estadual suspendeu o bloqueio de R$ 29,3 milhões da entidade. O caso foi um dos mais rumorosos na gestão Zeca do PT.
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A Fundação de Meio Ambiente multou a Associação das Famílias por falta de licenciamento ambiental e embargou a Fazenda New Hope (Nova Esperança), a sede do megaprojeto, que contaria com escola e prédios para hospedagem com capacidade para receber mil pessoas. A propriedade fica nos municípios de Jardim e Guia Lopes da Laguna.
Só que entidade ignorou a multa e manteve as atividades suspensas pelos técnicos ambientais. Na ocasião, o Governo aplicou a multa de R$ 45,250 milhões. Só que na ocasião, houve uma manobra e o valor pago foi ínfimo, em torno de R$ 132 mil. A redução estratosférica virou um escândalo.
A Procuradoria-Geral do Estado ingressou com ação na Justiça contra a Associação das Famílias e os funcionários envolvidos no esquema para reduzir a multa. Em outubro de 2008, a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos condenou os envolvidos e determinou o pagamento de R$ 45,2 milhões.
Ao longo dos últimos 15 dias, os réus iniciaram uma guerra de recursos em instâncias superiores e conseguiram se livrar da condenação e reduzir a multa. O valor da multa ficou em R$ 4,9 milhões. Em dezembro de 2021, a entidade aderiu ao Refis e efetuou o pagamento da dívida.
Em despacho publicado nesta sexta-feira, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, acatou o pedido da defesa e suspendeu os bloqueios. Ele também determinou a extinção do processo.
O imbróglio durou 24 anos para ser solucionado.