Na véspera da votação da medida provisória que reestrutura os ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou R$ 1,7 bilhão de reais em emendas parlamentares, em apenas um dia, 30 de maio. Com isso, o governo conseguiu o voto dos bolsonaristas sul-mato-grossenses Nelsinho Trad (PSD), Dr. Luiz Ovando (PP), mas não teve sucesso com Tereza Cristina (PP).
Conforme o portal Siga Brasil, o ex-prefeito de Campo Grande tem garantido R$ 14,4 milhões em emendas individuais, sendo que já teve R$ 6,6 milhões pagos em 2023. Nelsinho se notabilizou por ter traído o próprio partido na disputa pela presidência do Senado, quando apoiou o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), em detrimento ao correligionário Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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Apesar de o PSD fazer parte da base do governo Lula, Nelsinho buscava agradar o eleitorado vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), maioria em Mato Grosso do Sul. Mas na votação da Medida Provisória dos Ministérios de Lula, foi favorável ao petista.
O mesmo fez o deputado federal Dr. Luiz Ovando. Considerado “bolsonarista raiz”, também votou a favor da MP de Lula. Criticado nas redes sociais, o progressista se defendeu e justificou que o petista foi eleito para governar e tem a “prerrogativa de presidente” para formar o seu ministério.
Ovando foi um dos mais beneficiados pela liberação de emendas pelo governo do PT neste ano, foram R$ 4,5 milhões pagos e R$ 4,3 milhões empenhados.
Já a ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro, Tereza Cristina não se importou com a governabilidade do petista e foi contra a medida provisória. O descontentamento poderia ser pelos míseros R$ 6,1 mil pagos até agora, mas a senadora tem garantido R$ 8,3 milhões em empenhos.
Como os valores são referentes a indicações de anos anteriores, até ex-parlamentares que estão sem mandato foram contemplados com a verba empenhada no fim de maio. É o caso do ex-deputado federal Fábio Trad (PSD), com R$ 12,8 milhões.
Dagoberto Nogueira (PSDB) foi contemplado com R$ 8,8 milhões, enquanto a senadora Soraya Thronicke (União), com R$ 7,1 milhões. Beto Pereira (PSDB) agora tem R$ 5,3 milhões garantidos. Vander Loubet (PT), tem R$ 3,3 milhões. A ex-deputada e agora superintendente da Sudeco, Rose Modesto (PSDB), conseguiu R$ 2,1 milhões; e a ex-senadora e atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), conseguiu R$ 2 milhões.
Em relação aos deputados que assumiram mandato neste ano, a situação não se alterou. Camila Jara (PT), Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, ambos do PL, e Geraldo Resende (PSDB) ainda não foram contemplados com recursos de emendas.
Tecnicamente chamada de empenho, a liberação para pagamento significa que o governo federal está reservando e garantindo aquele valor para posterior pagamento. A maior parte desses recursos, porém, ainda precisa ser efetivamente paga.
Além das emendas individuais, o Estado tem as indicações pela bancada com um todo e comissões. A soma total destes valores era de R$ 143,5 milhões, mas é constantemente atualizado.
Até a segunda-feira (29), o governo tinha liberado R$ 3,16 bilhões em emendas. Com a liberação de R$ 1,7 bilhão no dia 30 de maio, o montante chegou a R$ 4,87 bilhões.
No fim, o governo federal chegou ao seu objetivo e conseguiu aprovar a MP 1.154/2023 com folga tanto no Senado como na Câmara dos Deputados.
De Mato Grosso do Sul, os senadores Nelsinho Trad e Soraya Thronicke foram a favor, Tereza Cristina contra. Entre deputados, os bolsonaristas Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira votaram contra. Seis deputados federais, inclusive Dr. Luiz Ovando, votaram pela aprovação da proposta petista.
A MP dos Ministérios teve o voto favorável de Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, do PSDB, e de Camila Jara e Vander Loubet, do PT.