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    Sem vacina, prevenção ainda é a melhor ferramenta para ficar longe do HIV

    Sandra Luz, de PortugalBy Sandra Luz, de Portugal01/06/20237 Mins Read
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    Somente em 2022, o Brasil registrou 16,7 mil novas infecções por HIV

    O Brasil tem cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV, conforme dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Os dados refletem a estatística de 2022, o que aponta a possibilidade de o número ser ainda maior, considerando o registro de 16,7 mil novas infecções, apenas no ano passado.

    O vírus é responsável pela perda progressiva da imunidade da pessoa infectada, levando à Aids. Sem uma vacina, apesar das constantes e necessárias pesquisas, a doença ainda representa um desafio para as autoridades sanitárias, centradas na prevenção e tratamento dos pacientes. Hoje, a maioria dos casos de Aids no País é registrada entre pessoas na faixa etária dos 25 aos 39 anos. A distribuição é praticamente similar entre homens (52,4%) e mulheres (48,4%).

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    É o SUS (Sistema Único de Saúde) a porta para o acolhimento das pessoas vivendo com HIV no Brasil, como explica  a doutora em Saúde Pública pela Universidade da Califórnia (Berkeley) Lilian Lauria, que falou ao O Jacaré sobre as principais questões relacionadas ao tema atualmente.

    O Jacaré – Como está o atendimento à saúde da pessoa com HIV hoje no Brasil?

    Lilian Lauria – O atendimento às pessoas vivendo com HIV/Aids no Brasil é realizado de forma gratuita na rede de saúde pública de estados e municípios. Cada ente da federação organiza este atendimento de acordo com as possibilidades e a prevalência da infecção. Esses atendimentos podem ser realizados de maneira centralizada (em serviços criados para este fim específico) ou descentralizada (em clínicas de saúde da família ou em postos de saúde que têm a possibilidade de referenciar o paciente para níveis mais complexos).

    O Jacaré – O que diferencia o sistema de saúde brasileiro de países desenvolvidos no atendimento aos pacientes com HIV?

    Lilian Lauria – A maior diferença é a existência do SUS, que possibilita acesso gratuito a todos os serviços de saúde, inclusive para pessoas vivendo com HIV/Aids. No SUS, todos têm acesso ao diagnóstico, medicamentos antirretrovirais, internações e exames, tudo totalmente gratuito. Em diversos países, mesmo aqueles com assistência gratuita à saúde, alguns exames, medicamentos e consultas podem ser parcialmente cobrados. Essa é a grande diferença.

    O Jacaré – Como você avalia hoje o programa de educação sexual no Brasil? Há determinados comportamentos, como festas semelhantes a roletas-russas, em que as pessoas fazem sexo em um ambiente com alguém contaminado. Como chegar a esse público?

    Lilian Lauria – Essa é uma pergunta difícil de responder, pois há vários fatores que influenciam em tais comportamentos. Sabemos que a informação não muda comportamentos de risco, por exemplo, todos sabem que fumar faz mal à saúde e as pessoas continuam fumando. Porém, o acesso à informação é parte fundamental na abordagem do comportamentos de risco. A educação sexual nas escolas, tão criticada por setores conservadores da sociedade, também pode contribuir para mudanças nos comportamentos de risco, inclusive a prevenção da gravidez em adolescentes e infecções sexualmente transmissíveis.

    O Jacaré – Como o Brasil influenciou a saúde mundial em relação à política sanitária para o HIV e como está essa visão hoje?

    Lilian Lauria – O Programa de HIV/AIDS foi pioneiro ao abordar vários aspectos da doença, desde prevenção, diagnóstico precoce e tratamento. Foi pioneiro em fornecer gratuitamente medicamentos antirretrovirais para todas as pessoas vivendo com HIV/Aids. Foi também protagonista em trabalhar e financiar ONGs, reconhecendo que o envolvimento dos diversos setores da sociedade era fundamental para que o programa fosse o mais abrangente possível e enfrentar uma epidemia tão complexa.

    Nos anos 1990, e na primeira década do ano 2000, campanhas de mídia foram veiculadas e visavam diversos públicos e datas importantes. As campanhas de prevenção no Carnaval são um exemplo. O Programa Nacional também incorporou gradativamente exames para seguimento clínico de pacientes e descentralizou o atendimento dos doentes visando facilitar o acesso, tudo de forma gratuita. Porém, nos últimos anos, o Departamento de IST/Aids e hepatites virais do Ministério da Saúde vêm perdendo o seu protagonismo, sofrendo inclusive com cortes de financiamento. Com a mudança do governo central, há sinalização clara de que existe disposição para mudar este cenário.

    As campanhas publicitárias de Carnaval ajudaram a popularizar a prevenção às infecções por HIV (Agência Brasil)

    O Jacaré – Como estão os ensaios clínicos para encontrar a vacina para o HIV? O que há no cenário brasileiro?

    Lilian Lauria – O estudo com vacinas anti-HIV chamado Mosaico, com a participação do Brasil, foi descontinuado no início deste ano, por não apresentar a eficácia desejada. No momento existe outra vacina em teste em estudo intitulado IAVI G002. Este estudo é conduzido em parceria com a International Aids Vaccine Initiative (IAVI), uma organização de pesquisa científica sem fins lucrativos e utiliza a plataforma de mRNA (RNA mensageiro), a mesma da vacina para covid-19 da farmacêutica Moderna. Está na fase 1 que avalia os riscos e benefícios. O teste inclui participantes de quatro locais: Faculdade de Medicina da Universidade George Washington, Centro de Vacinas Hope Clinic of Emory, Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson e Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em San Antonio, todos nos Estados Unidos.

    Diante deste quadro incerto em relação à existência de uma vacina eficaz e acessível a todos é necessário divulgar que há outras formas de prevenção (que não só o uso de preservativos masculinos e femininos), tais como: prevenção pré-exposição (PrEP) e prevenção pós-exposição (PEP).

    O Jacaré – O que é PEP?

    Lilian Lauria – É uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, que inclui também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Na PEP são utilizados medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como:

    ·        Violência sexual;

    ·        Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento);

    ·        Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

    SUS promove a distribuição do PrEP para prevenção à Aids

    O Jacaré – E o que é PrEP?

    Lilian Lauria – Significa tomar medicamentos anti-HIV de forma programada e preventiva para evitar uma infecção pelo HIV caso ocorra uma exposição. É um método de prevenção ao HIV que é disponibilizado no SUS. Esse recurso pode ser utilizado para pessoas que têm alguma dificuldade em utilizar o preservativo em 100% das suas relações sexuais. Há diversos motivos pelos quais uma pessoa não usa preservativo. Ela pode ter dificuldade em ter prazer ou mesmo uma ereção. Ela pode ainda perder o controle da situação quando está sob efeito de álcool ou outras drogas. Às vezes, a pessoa não consegue exigir o preservativo do parceiro, seja por estar vivendo um período de baixa autoestima ou com questões de saúde mental, seja por estar numa relação em que ela tem menos poder de diálogo ou negociação com o parceiro.

    Todos esses métodos estão disponíveis de forma gratuita nas unidades de saúde pública.

    aids boletim saúde pesquisa

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