A prestação de contas da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mostra que a entidade fechou no vermelho com um déficit de R$ 492 mil em 2022. Ano passado, a FFMS teve receita bruta de R$ 3,9 milhões, sendo que deste valor R$ 1,2 milhão é referente a convênios com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), do Governo do Estado.
O patrimônio social da FFMS fechou 2022 com “saldo descoberto” de R$ 752 mil, correspondente ao acumulado dos exercícios financeiros dos últimos anos. Ano passado, o déficit foi de R$ 492 mil, mas em 2021 houve superávit de R$ 52,5 mil, com dívidas de R$ 260 mil.
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Os convênios da Fundesporte resultaram em R$ 1,068 milhão de investimento para o Campeonato Sul-Mato-Grossense da Série A e R$ 170 mil para o futebol amador feminino. As receitas próprias somam R$ 2,7 milhões, sendo que quase R$ 2 milhões são repasses da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o restante é de anuidade dos clubes filiados, mensalidades, transferências de atletas, entre outros.
Conforme relatório de auditoria, a federação encerrou em 31 de dezembro de 2022 com saldo no caixa de R$ 8,7 mil, sendo que em 2021 o valor era de R$ 32 mil. Os créditos a receber, no fim do ano passado, eram de R$ 1,8 mil. O ativo imobilizado é de R$ 52,8 mil. As contas a pagar em curto prazo somam R$ 62 mil, já as de longo prazo são de R$ 756 mil, referentes a parcelamentos, previdência e provisões de contingência.
Ainda sobre as contas de longo prazo, pesou no balanço uma ação de indenização contra a FFMS na 4ª Vara Cível de Três Lagoas com a condenação a pagar R$ 839 mil, sendo metade a cargo da federação, R$ 419 mil.
As despesas com árbitros, materiais esportivos, alimentação, diárias e hospedagens, divulgação e comunicação são cobertas pela verba da Fundesporte. Os outros gastos saem da arrecadação restante, o maior deles é com o esporte profissional, de quase R$ 2 milhões, seguido de “serviço de terceiro”, R$ 326 mil. Isso sem levar em consideração as despesas judiciais, de R$ 419 mil, que tiveram o maior peso para as contas fecharem no vermelho.
Enquanto a FFMS fecha as finanças no prejuízo, o mesmo não dá para dizer sobre seu presidente, Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, que no ano passado foi reeleito, em chapa única, para comandar a entidade entre 2023 e 2027, ano em que completará 81 anos de idade.
O mandatário está no comando da FFMS desde 1998, agora em seu sétimo mandato. Atualmente, o futebol de MS está no 25º lugar no ranking entre as 27 federações de futebol do país, ou seja, o terceiro pior, a frente apenas de Rondônia e Amapá.