Albertino Ribeiro
Semana passada, a justiça americana condenou o extremista de direita, Stewarte Rhodes, a 18 anos de prisão por conspiração e demais crimes relacionados ao ataque contra o congresso americano, em 6 de janeiro de 2021.
Trata-se de uma pena exemplar em um país cujo extremismo de direita cresce diariamente, ameaçando a democracia americana. Inclusive, o Partido Republicano tem visto com certa benevolência as manifestações de políticos e apoiadores de extrema direita, o que torna a situação ainda mais preocupante.
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Aqui no Brasil, temos percebido que a extrema direita chegou para ficar, aliás, as elites brasileiras do atraso parecem que gostam de importar dos EUA tudo que não presta, passando pelo armamentismo desenfreado até o fundamentalismo religioso, como se o nosso país, já tão sofrido, precisasse de mais tragédias com o selo Made in América.
Seria bom se o Brasil estancasse, o mais rápido possível, esse fluxo de ideias esdrúxulas e sanguinárias, que vem tomando conta do pensamento da direita brasileira. Caso nada seja feito, o futuro, na nossa pindorama, não será nada verde.
Um experimento e um resultado preocupante
O neuroeconomista americano e professor universitário Paul Zak conduziu um estudo sobre o hormônio ocitocina. Vocês já ouviram falar? Trata-se de um hormônio produzido pelo nosso organismo que está relacionada ao afeto, a confiança e a empatia.
Essa substância fica aumentada na corrente sanguínea quando uma mulher dá à luz, pois, além de facilitar as contrações, faz com que a nova mãe sinta o desejo de aconchegar o bebê em seu corpo. Este hormônio – também chamado de hormônio do amor -, aumenta em nosso organismo quando recebemos um abraço afetuoso e quando nos sentimos parte de um grupo.
A ocitocina pode ser obtida sinteticamente e aplicada na corrente sanguínea, provocando as mesmas sensações de afeto e confiança entre as pessoas e por um grupo. Contudo, segundo o estudo conduzido nos Estados Unidos pelo professor Paul, a ocitocina pode não fazer efeito algum em certas pessoas, dependendo de sua ideologia. O pensamento reacionário, por exemplo, é uma barreira contra os efeitos da substância.
No experimento, Zac selecionou aleatoriamente voluntários que eram eleitores dos Democratas e eleitores Republicanos. Ele queria ver em que grau ocorre o fenômeno da rejeição ideológica em relação a um partido e qual o efeito mitigador do hormônio da confiança e do afeto.
Numa sala de cinema, colocaram várias fotos de candidatos republicanos e democratas em um telão para que os eleitores olhassem. Antes de apresentar as fotos, aplicaram injeções de ocitocina em todos os participantes. Pergunta: será que os voluntários demonstrariam algum nível de afeto ou confiança pelos candidatos do partido rival?
Pois bem, no caso dos eleitores democratas – após a aplicação da oxitocina -, muitos demonstraram alguma simpatia pelos candidatos republicanos, ou seja, a substância fez efeito. Por outro lado, o resultado do experimento realizado com os eleitores republicanos não foi bem-sucedido. O resultado sugeriu que as pessoas mais conservadoras têm um nível maior de intolerância que as demais.
Destarte, fazendo uma ponte com os extremistas de direita `à moda tupiniquim, podemos ver que a experiência é verdadeira, pois a intolerância que essas pessoas possuem em relação a qualquer ideia progressista, ganha dimensões caricaturais; e é tal forma, que nem mesmo doses cavalares do hormônio do amor surtirá efeito.
Então, urge que as autoridades e o poder judiciário brasileiro trabalhem, sem descansar, para impedir que esse tsunami de ódio arrase o país. Para evitar o pior, de maneira alguma, podemos ser tolerantes com os intolerantes.
Existe cura para a extrema direita?