Depois das lojas Americanas, a crise do varejo brasileiro chegou à rede de lojas Marisa, que enfrenta pedido de falência e busca meios de viabilizar o pagamento da dívida de R$ 1,4 bilhão. Uma das três lojas na Capital, a do Shopping Campo Grande, não paga aluguel, água e luz desde janeiro e pode ser despejada por determinação da Justiça.
Conforme ação protocolada no dia 12 deste mês, o centro comercial cobra o pagamento de R$ 178 mil em alugueis, água e luz desde janeiro. Com honorários e acréscimos legais, a dívida com o Shopping Campo Grande já chega a R$ 213,6 mil.
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“A ré vem inadimplindo com alugueres mensais, despesas comuns, FPP e demais encargos locatícios específicos, como energia elétrica, ar-condicionado etc., o que certamente, enseja o desfazimento do contrato, ao teor do art. 9º, III, da Lei do Inquilinato e da cláusula 16.1 das Normas Gerais”, apontou o shopping.
Em despacho publicado no último dia 15, a juíza Sueli Garcia Saldanha, da 10ª Vara Cível, determinou a notificação da empresa para se manifestar em 15 dias. A magistrada vai analisar o pedido de rescisão do contrato e despejo da loja Marisa do Shopping Campo Grande. A Capital ainda conta com mais duas lojas da rede, na Rua Dom Aquino e no Shopping Norte Sul Plaza.
A ação de despejo não é a única. Em todo o País, o grupo enfrenta outras ações de cobrança de alugueis atrasados, que somam R$ 10,1 milhões. A empresa fechou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 149 milhões, contra R$ 90 milhões no mesmo período do ano passado.
O calote nas locações e a dívida monstruosa levaram alguns credores a pedir a falência da Marisa na Justiça. A empresa trocou o CEO. Adalberto Pereira dos Santos renunciou ao cargo e o novo dirigente é João Pinheiro Nogueira Batista, que começou com uma medida radical, o fechamento de 91 lojas para economizar R$ 62 milhões. Não houve comunicado se uma das lojas em Mato Grosso do Sul, três na Capital e uma em Dourados, está no plano de corte de gastos.