Maio começou com a expectativa de mudanças no primeiro escalão da Prefeitura de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) se prepara para disputar as eleições de 2024. O mês chega em sua reta final e as demissões começam a ser publicadas, aumentando as especulações sobre os substitutos e qual caminho seguirá a prefeita.
Na sexta-feira (19), os secretários municipais de Governo e Relações Institucionais, Mario Cesar Oliveira Fonseca, e de Gestão, Maria das Graças Macedo, foram exonerados. Ambos abrem a lista de trocas e confirmam os rumores. Os próximos devem ser Sandro Benites (Saúde), Paulo Fernando Cardoso (Tecnologia da Informação e Inovação), e Adelaido Luiz Spinosa Vila (Desenvolvimento Econômico), não necessariamente nesta ordem.
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A dúvida é sobre quem vai ocupar essas vagas. O primeiro caminho a ser observado são os partidos que tentam trazer Adriane para seus quadros. Neste caso, desponta o PP, da senadora Tereza Cristina, que tem se aproximado da prefeita. O nome líder nas apostas é o do ex-presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, para assumir a articulação política do Executivo.
Diplomático, Rocha desconversa e deixa a decisão nas mãos da chefe do Paço Municipal. A saída do pepista da Câmara vai beneficiar o PSDB, partido do qual fazia parte e foi eleito, antes de aderir à sigla de Tereza Cristina. O secretário de Fazenda da Prefeitura de Sidrolândia, Cláudio Serra, assume como suplente tucano no Legislativo.
Por outro lado, há o PSD, que tem a maior bancada no Legislativo e o líder da prefeita, Beto Avelar. O partido tem sido fundamental para barrar requerimentos que cobram explicações de assuntos espinhosos para Adriane, como o “furo” de R$ 386 milhões na folha de servidores apontado pelo Tribunal de Contas do Estado.
O vereador Junior Coringa, líder da bancada, informa que as negociações estão em andamento. “Estamos conversando, mas ainda não avançamos. E em breve teremos uma reunião para definir nosso futuro”.
Enquanto o tempo passa, as especulações sobre as motivações das exonerações ganham corpo. “Não sei se existem outros motivos relacionados a essas trocas, imagino que não seja só por causa dos problemas internos da prefeitura, acho que tem outras coisas aí. Alguns problemas de ordem pessoal desses secretários”, relata uma fonte ouvida pela reportagem.
As incertezas acerca da justificativa para as trocas é o pouco tempo de trabalho dado para os secretários. O vereador Sandro Benites (Patriota) assumiu a Secretaria de Saúde no início de dezembro e, em menos de seis meses, já é especulada sua saída.
As saídas precoces, porém, não são inéditas. Mario Cesar e Maria das Graças não completaram oito meses como titulares de suas pastas. Wilton Celeste Candelório deixou o comando da Secretaria da Juventude com menos de cinco meses, sendo substituído por Maicon Cleython Rodrigues Nogueira, que comandou a pasta quando esta ainda era uma subsecretaria, no primeiro mandato de Marquinhos Trad (PSD).
A primeira nomeada na nova definição da equipe da prefeita é Evelyse Ferreira Cruz Oydomari, que repete o que ocorreu na pasta da Juventude. Ela exerceu a função por 40 dias no início do primeiro mandato de Marquinhos, quando pediu exoneração alegando problemas pessoais e de saúde.
“Agora que está se avizinhando as eleições, para fazer a efetiva gestão administrativa concomitante com isso uma gestão política. A gente não faz uma eleição do ‘eu sozinho’, tem que ter grupo. Dentro dessa perspectiva, meu ponto de vista é esse. Você fazer algumas mudanças que possam agregar inclusive uma nova visão política, um novo comportamento político, novos parceiros e assim por diante”, declarou Mario Cesar no dia de sua exoneração.