Albertino Ribeiro
O PL 2630, conhecido como PL das Fake News, vem sofrendo ataques das big techs, que confundem liberdade de expressão com liberdade para cometer crimes. Para variar, políticos da extrema direita tem se colocado ao lado dessas corporações, pois sabem que elas são as maiores aliadas na propagação de suas mentiras. Parece que, finalmente, poderemos dizer que – também no mundo virtual -, a mentira tem perna curta.
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra mentira significa “afirmação que se opõe a verdade”; ou, ainda, “aquilo que dá uma falsa ideia”. Sabemos de forma inequívoca que as redes sociais tem sido um celeiro para as mentiras; ou, parafraseando o velho Michaelis: “o celeiro para as afirmações que se opõem a verdade.”
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A mentira é muito poderosa, porque, mesmo a contragosto do nosso cérebro, ela pode crescer dentro dele, transformando uma pessoa comum em um mentiroso contumaz. Segundo Rui Mendes – especialista português em comportamento humano -, o nosso cérebro não gosta de mentir e nem foi criado para isto.
Ainda segundo Mendes, a mentira requer esforço do cérebro, levando-o a consumir muita energia. É por isso que, normalmente, preferimos a verdade e achamos a mentira repulsiva. Uma pesquisa realizada no Google, por exemplo, mostrou que a palavra mentira foi buscada 70 milhões de vezes; por seu turno, a palavra verdade foi procurada mais de 100 milhões de vezes.
A mentira pode enganar até o detector de mentiras
Os detectores de mentiras trabalham com a premissa de que o cérebro foi criado para não mentir. Dessa forma, eles são programados para apontar picos de estresse da pessoa interrogada. Contudo, até mesmo os detectores têm suas limitações; pessoas que tem o hábito de mentir são capazes de provocar uma mudança na estrutura do cérebro, provocando um aumento da substância branca na região frontal. “Não sabia disso?” Pois é, leitor…
Alder Spence, pesquisador da Universidade de Colúmbia, afirma que “o aumento de substância branca no córtex pré-frontal pode ser um motivador do comportamento mentiroso ou um reflexo da prática excessiva de contar mentiras”. Dessa forma, arrisco-me a dizer que as pessoas que mergulham em suas próprias mentiras entram em um loop sem fim, pois disparam um mecanismo de retroalimentação. Sendo assim, precisarão de um tratamento médico para libertar-se (conhecereis a verdade).
Destarte, indivíduos que vivem mentindo, conseguem enganar facilmente um detector de mentiras. Tal fenômeno ocorre porque o mentiroso compulsivo deixa de ter uma resposta emocional para as suas falsidades. Sobre isso Machado de Assis já sabia, quando disse que “a mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração.”
O PL 2630, embora tenha algumas lacunas a serem preenchidas, é um excelente escudo que protegerá nosso País dos ataques maléficos da extrema-direita, que embora fale em Deus, age de forma contrária, pois quem ama a mentira não pode ser um filho legítimo de Deus.
É como disse o próprio Jesus, falando aos fariseus mentirosos: “Vós tendes por pai ao diabo e (…), porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Ainda bem que foi Deus que criou o cérebro; já pensou se fosse o coiso?
Destarte, leitor, é bom que levemos a sério essas informações, pois que sociedade queremos para os nossos filhos? Certamente, uma sociedade em que a mentira faz parte da sua cultura, nunca terá um ambiente de paz duradouro e jamais irá prosperar economicamente, pois a prosperidade econômica também depende de um ambiente de confiança nas instituições e no seu povo.
“A confiança é difícil de ter, difícil de manter, muito fácil de perder e uma vez perdida, quase impossível de se recuperar”.