O jornalista e publicitário Francisco José de Santa Rita Behr, conhecido como Santa Rita, morreu aos 83 anos na manhã desta segunda-feira (8) na região de Douro, norte de Portugal. Especialista em marketing político e inovador ao incluir a pesquisa qualitativa nas campanhas eleitorais, ele foi responsável pelas quatro campanhas vitoriosas de André Puccinelli (MDB) a prefeito da Capital e governador do Estado.
Santa Rita foi responsável pela campanha vitoriosa de Nelsinho Trad (PSD), na época no MDB, em 2004, quando foi eleito prefeito da Capital pela primeira vez. Também atuou nas campanhas a governador de Ricardo Bacha em 1998 e de Marisa Serrano em 2002, quando ambos perderam para Zeca do PT.
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“Era um estudioso na área de comunicação. Um dos pioneiros em pesquisas e um bom marketeiro”, lamentou Puccinelli, ao relembrar do seu trabalho. “Foi ele que iniciou a pedir as qualitativas dizendo que eram mais importantes que as quantitativas”, relembrou o emedebista.
Santa Rita comandou a disputa mais difícil de André, a disputa pela Prefeitura de Campo Grande em 1996, quando ganhou no segundo turno de Zeca do PT por apenas 411 votos. André perdeu a única campanha em que disputou sem a orientação do publicitário, a de governador no ano passado, quando ficou fora do segundo turno após liderar as pesquisas durante todo o período eleitoral.
De acordo com familiares, ele vinha sofrendo de Alzheimer há vários anos. Ele mudou-se para Portugal em 2016, onde a mulher, Fernanda Zuccaro, passou a produzir vinhos. O projeto era acalentado pelo casal desde 2010, quando viajaram juntos ao Uruguai.
Chico Santa Rita despediu-se aos 83 anos, mais de 30 deles dedicados ao marketing político. No cenário nacional, atuou em campanhas como a de Orestes Quércia, em 1986, levando o governador ao Palácio dos Bandeirantes após sair do último lugar nas pesquisas.
Também ajudou a fazer o sucessor de Quércia, Luiz Antônio Fleury Filho, que derrotou de virada Paulo Maluf. Também ficou na conta de Chico, a vitória de Fernando Collor de Mello à Presidência, impondo derrota a Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989.
O publicitário dividiu com o público os conhecimentos de campanhas com a publicação, em 2014, do livro “Batalha Final – o marketing político levado às últimas consequências”.
No jornalismo, atuou como editor-chefe do Jornal da Tarde, do grupo Estado, na Editora Abril e na TV Globo.
(colaborou Edivaldo Bitencourt)