Apesar de seis empréstimos, de aumento de 4,7% no repasse pelo poder público e de 82% na receita com particulares, a Santa Casa fechou 2022 com prejuízo de R$ 103,3 milhões, um recorde e o 6º consecutivo desde 2016. Maior hospital do Centro-Oeste e referência no atendimento de alta complexidade em Mato Grosso do Sul acumula dívida superior a meio bilhão de reais.
A caminho do colapso, a instituição não consegue frear o déficit e vê a dívida se avolumar a cada ano. Conforme o balanço de 2022, a receita total do hospital cresceu 4,1%, passando de R$ 371,7 milhões, em 2021, para R$ 387 milhões no ano passado.
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Responsável por 88% da receita da Santa Casa, o SUS (Sistema Único de Saúde) repassou R$ 342,3 milhões em 2022, alta de 4,7% em relação ao ano anterior, de R$ 326,8 milhões. O total da iniciativa privada somou R$ 15,9 milhões no ano passado, aumento de 42,3% em relação a 2021, quando foram R$ 12,6 milhões. O maior crescimento ocorreu no valor pago por particulares, de 82%, de R$ 4,9 milhões para R$ 8,9 milhões.
A despesa do estabelecimento teve oscilação de 7,1%, de R$ 458 milhões para R$ 490,4 milhões. O maior crescimento, de 13,8%, ocorreu no valor pago aos médicos autônomos, pessoas jurídicas e CLT, de R$ 126,9 milhões para R$R$ 144,5 milhões. O gasto com pessoal teve aumento de apenas 2,9%, de R$ 142,8 milhões para R$ 147 milhões.
O prejuízo de cada ano
- 2022 – R$ 103,386 milhões
- 2021 – R$ 86,375 milhões
- 2020 – R$ 76,295 milhões
- 2019 – R$ 62,602 milhões
- 2018 – R$ 37,582 milhões
- 2017 – R$ 29,692 milhões
Superávit
2016 – R$ 12,094 milhões
O resultado foi um prejuízo de R$ 103,3 milhões no ano passado, aumento de 19,69% em relação a 2021, quando o saldo negativo foi de R$ 86,3 milhões. A última vez que o hospital teve superávit foi em 2016, quando fechou com saldo positivo de R$ 12 milhões. Desde então, o prejuízo cresceu a cada ano, saltando de R$ 29,6 milhões (em 2017) para R$ 62,6 milhões em 2019. Durante a pandemia, a situação piorou, chegando a R$ 76,2 milhões em 2020, até o recorde de 2022.
O péssimo resultado ocorreu apesar do hospital ter realizado seis empréstimos no ano passado. O financiamento total foi de R$ 51,2 milhões, aumento de 18,3% em relação ao ano anterior, R$ 43,2 milhões. O empréstimo não circulando chegou a R$ 141,4 milhões, contra R$ 134,5 milhões do ano anterior.
O resultado foi aumento de 20% na dívida total da Santa Casa, de R$ 471,8 milhões, em 2021, para R$ 569,2 milhões em dezembro último.