O mês de abril termina com uma novidade em termos de imunização com a chegada da vacina Efluelda, da farmacêutica Sanofi, destinada à vacinação de pessoas com idade superior a 60 anos contra a influenza. Por enquanto, a vacina está disponível no Brasil apenas na rede privada, mas experiências de outros países apontam que esta pode ser uma boa aposta para prevenir a gripe e reduzir os custos das despesas públicas de saúde.
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Entre os países que definiram a Efluelda na oferta anual de vacina da rede pública está a Alemanha, que estabeleceu também métodos de reembolso para os pacientes imunizados na rede privada. De fato, o incentivo da devolução é válido, já que uma dose da vacina chega a custar 43,50 euros (R$ 250,14). O valor está ligeiramente acima da expectativa do preço a ser praticado no Brasil, R$ 234,99, conforme a previsão da Cemed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
Em Campo Grande, a vacina custa R$ 290 em alguns laboratórios, como o Imunita, na Rua Pedro Celestino, 2.893, no Centro.
A estreia da Efluelda na Alemanha ocorreu em 2021, mesmo ano em que a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou preferência à oferta de uma vacina quadrivalente inativada de alta dose para o público com idade superior a 60 anos. A Efluelda é considerada tetravalente porque contém quatro vezes a quantidade dos vírus influenza inativados e divididos das cepas A (H1N1), A (H3N2), B (Yamagata) e B (Victoria) como ingrediente ativo.
Vacina é esperança para reduzir complicações e mortes por gripe
O alargamento do espectro de proteção visa reduzir o agravamento dos quadros de gripe registrados especialmente em grupos vulneráveis, como os idosos. Os estudos para a produção da Efluelda ocorreram apenas nos grupos com idade superior a 60 anos, segundo o laboratório Sanofi. E foi para essa faixa etária que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) expediu a licença do produto. A aplicação do imunizante não é considerada segura para crianças ou mulheres grávidas, que devem receber vacinas específicas.
A vacinação contra influenza representa o esforço de saúde pública para reduzir a carga anual de epidemias da doença. A gripe sazonal está entre as principais causas de epidemia no Brasil. Segundo dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), 2.403 óbitos já foram reportados no País neste ano, sendo 1.423 (59.2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 862 (35,9%) negativos, e ao menos 55 (2,3%) aguardando resultado. Dentre os positivos, 3,5% foram para influenza A; 2,9% influenza B; 3,8% vírus sincicial respiratório, e 86,8% para covid-19.
Fiocruz aponta aumento dos casos de influenza nas últimas semanas
Embora a covid-19 ainda seja a maior responsável pelos óbitos, os casos de influenza estão crescendo. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,1% para influenza A; 9.1% para influenza B; 6.9% para vírus sincicial respiratório, e 75% covid-19.
A composição da Efluelda é considerada mais um elemento para frear complicações e mortes pela gripe sazonal. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, “a recomendação da SBIm é a de que pessoas a partir desta idade — em especial imunodeprimidas — sejam vacinadas preferencialmente com a vacina HD4V (tetravalente), porque a proteção para influenza e suas complicações oferecida pelas vacinas de dose padrão para a faixa etária é inferior à verificada em jovens”.
Ainda de acordo com a entidade, “o desenvolvimento de formulações com maior quantidade de antígenos permitiu aumentar a resposta do sistema imunológico dos idosos à vacina, particularmente contra o Influenza A (H3N2), mais comum e grave nesta parcela da população”.
Embora não exista ainda a disponibilidade da Efluelda nos serviços públicos, é possível encontrar outros imunizantes nas unidades de saúde, que mantêm a campanha de vacinação durante todo o mês de abril.
Confira o público alvo da vacinação contra a influenza:
• Pessoas com mais de 60 anos;
• Adolescentes em medidas socioeducativas;
• Caminhoneiros e caminhoneiras;
• Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
• Forças Armadas;
• Forças de Segurança e Salvamento;
• Gestantes e puérperas;
• Pessoas com deficiência;
• Pessoas com comorbidades;
• População privada de liberdade;
• Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
• Professoras e professores;
• Profissionais de transporte coletivo;
• Profissionais portuários;
• Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade;
• Trabalhadoras e trabalhadores da saúde.