Após completar 30 anos de criação, a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) tem como próximo passo ampliar a oferta de cursos na área da saúde em Dourados, em especial o de Medicina. Caso a expectativa de entrega do Hospital Regional neste ano se confirme, o sonho cultivado há anos pode se tornar realidade em 2025.
A discussão sobre o curso de Medicina remonta aos anos do governo Zeca do PT (1999-2006), que articulou para levar o campus da UEMS para Campo Grande. Em 2015, a unidade de 21 mil m² de área construída foi inaugurada na na Capital com a primeira turma de futuros médicos iniciando na universidade, que era para ter ocorrido na sede em Dourados.
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Como trunfo, Campo Grande tem o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, inaugurado em 1997, e serve de apoio para as aulas e o ensino dos alunos do curso. Agora a expectativa é de que com a conclusão da construção e inauguração do HR de Dourados, o campus da UEMS na cidade tenha finalmente sua turma de médicos.
Audiência pública na Câmara de Vereadores, em 11 de abril, contou com a presença dos parlamentares do município e do prefeito Alan Guedes (PP), que juntos solicitaram ao reitor da UEMS, Laércio Alves de Carvalho, a implantação de três cursos no campus de Dourados: Medicina, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia.
“Nós não abriremos mão da implantação dos cursos aqui em Dourados. Os três cursos são fundamentais para o município. E a UEMS tem uma vocação para o interior, ela nasceu para interiorizar o ensino, e por isso ela tem a sede em Dourados”, defendeu Alan Guedes.
“Estamos em uma cidade que é pólo de serviço na área da saúde para 33 municípios, nós temos hoje um milhão de habitantes que são atendidos todos os dias pela nossa macrorregião”, concluiu o prefeito.
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) garante que o novo curso é inteiramente viável porque boa parte da estrutura necessária já está presente no campus da UEMS em Dourados, com laboratórios, professores, equipamentos e a perspectiva de inauguração, em poucos meses, do Hospital Regiona, que poderá ofertar vagas para os estágios dos acadêmicos.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Por isso, queremos o curso de medicina na UEMS de Dourados já!”, discursou Resende, na solenidade comemorativa dos 30 anos da universidade.
De acordo com o reitor Laércio Alves de Carvalho, na audiência pública foi criada uma frente parlamentar que deve enviar o pedido formal para a UEMS constituir a comissão de estudo de viabilidade técnica. Este grupo vai produzir um relatório, entre 60 e 90 dias, com os dados e demandas para a implantação dos cursos.
“Com base nesse relatório vamos buscar junto aos entes as soluções porque precisamos avançar em algumas demandas para atender esse curso e funcionar realmente”, relata Laércio Alves.
Entre os entes a serem consultados, estão o Governo do Estado, para negociar a utilização do Hospital Regional de Dourados como um hospital escola pelos acadêmicos, a prefeitura, sobre ceder profissionais preceptores da rede básica de saúde, e a bancada federal, para a indicação de recursos de emendas voltados à compra de materiais para os laboratórios.
Caso o relatório elaborado pela comissão de estudo de viabilidade técnica demonstre todas as condições para implantar os cursos, a tramitação burocrática passa para o conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, que encaminha a realização do vestibular e vagas disponíveis pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
“A gente não consegue abrir o curso sem o Hospital Regional funcionando”, alerta o reitor Laércio Alves de Carvalho. “Vai depender muito do que o relatório apontar e o sonho começa a virar realidade assim que o Hospital Regional começar a funcionar em Dourados, como é o Hospital Regional de Campo Grande, que atende o nosso curso de Medicina aqui da Capital”.
O governador Eduardo Riedel (PSDB), no dia 25 de fevereiro, disse que o hospital deverá ser entregue pronto até o fim do primeiro semestre deste ano. Se isso se concretizar, a primeira turma do curso de Medicina da UEMS de Dourados pode ter início em 2025.
“Uma previsão muito bem otimista seria o vestibular ano que vem, 2024 para entrada em 2025. Mas vai depender de todos os fatores que vão ser elencados no relatório técnico”, conclui Laércio Alves de Carvalho.