O ex-diretor-geral do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, o médico Salvador Walter Lopes de Arruda, 69 anos, não foi localizado para audiência de instrução e julgamento. Réu por importunação sexual das pacientes, o ginecologista teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e passou a fazer parte da lista de procurados pela polícia.
Um dos julgamentos do médico estava marcado para mês passado na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Devido ao fato dele responder a outras ações na 1ª, 4ª e 6ª varas criminais, Arruda não teve direito a suspensão condicional do processo.
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Em setembro de 2020, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher tinha concluído inquérito com quatro denúncias de importunação sexual contra Salvador Arruda, como é conhecido. Outras duas denúncias tinham sido protocoladas por pacientes do médico.
Em um dos casos, uma professora universitária sofreu importunação sexual ao procurar o consultório de Arruda. “’O médico ainda perguntou o que a paciente gostava na cama’, ‘se gostava de ser chupada gostoso’, ‘que precisava conhecer a pessoa certa, porque às vezes a mulher não tem lubrificação e machuca’, ‘você tem cara de que gosta de foder’, ‘posso apostar que você está molhada agora’”, teria relatado a vítima à Polícia Civil.
Em setembro de 2020, o médico negou o conteúdo da conversa. Indagado sobre as afirmações, disse não se lembrar de ter tido as palavras citadas. No entanto, em depoimento à delegada, ele teria ficado em silêncio.
Há oito anos, Salvador Arruda foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por importunação sexual, mas acabou absolvido em 2015. O caso foi encerrado porque a denunciante não compareceu às audiências.