Com o júri popular suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça há dois meses, faixas espalhadas por Campo Grande protestam contra a impunidade e cobram o julgamento dos acusados pela morte do estudante universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, ocorrida em 19 de abril de 2019. O julgamento segue suspenso após ser marcado três vezes pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o jovem foi morto por engano no lugar do pai, o capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier. O militar teve a morte encomendada pelos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho. O guarda civil Marcelo Rios e o policial civil Valdenilson Daniel Olmedo.
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Jamil Name morreu em junho de 2021 em decorrência das complicações da covid-19. Os outros réus iriam a julgamento em outubro de 2020, mas o júri popular foi suspenso porque eles recorreram ao Tribunal de Justiça. A 2ª Câmara Criminal manteve o júri.
No final do ano passado, o magistrado marcou o júri popular para o dia 15 de fevereiro deste ano, mas os réus participariam por videoconferência do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A defesa alegou que o direito dos acusados estava comprometido e conseguiu liminar para suspender o júri no STJ.
O processo está parado desde o dia 28 de fevereiro deste ano com o ministro Rogério Schietti Cruz, relator da Operação Omertà na corte. A suspensão coincidiu com a contratação pela defesa de Jamilzinho do ministro aposentado do STJ, Néfi Cordeiro.
O juiz Aluizio Pereira dos Santos chegou a remarcar o júri para maio com a garantia da participação física dos três réus. O Departamento Penitenciário Nacional se comprometeu a garantir a transferência de Rios, Name Filho e Olmedo para a participação do julgamento no plenário do Tribunal do Júri. No entanto, o magistrado acabou cancelando porque o STJ determinou a suspensão do processo até a análise do mérito do habeas corpus.
Agora, as faixas foram espalhadas pela cidade para cobrar o julgamento dos acusados. “A milícia que planejou ‘A maior matança da história de MS, de picolezeiro a governador’ será julgada pelo assassinato de um jovem inocente”. Em seguida, uma frase em latim: “meu filho, eu não vou te deixar”.
Jamilzinho foi absolvido da acusação de ter mandado matar o chefe da segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo. Por outro lado, ele pode ir a júri popular pela execução do empresário Marcel Colombo, o Playboy da Mansão.