O Sindicato dos Funcionários e Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem) definiu em assembleia que a categoria vai fazer paralisação de 24h no dia 26 de abril. A medida ocorre após a prefeitura não apresentar propostas após dois ofícios enviados pelo sindicato.
De acordo com o presidente do Sisem, vereador Marcos Tabosa (PDT), os servidores vão fazer uma “paralisação geral”, após confirmação em mais duas assembleias a serem realizadas nos dias 17 e 18 de abril. “É uma paralisação de advertência, que a gente vai fazer, caso o Executivo não abra negociações”, justifica.
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Os servidores querem que o reajuste salarial deste ano reponha a perda da inflação acumulada nos últimos 12 meses e mais ganho real de 1% a 5%, que pode chegar ao patamar de 10,47%. Além de aumento em alguns benefícios conhecidos como “penduricalhos”.
Caso os pedidos de negociação do Sisen continuem sendo ignorados, os servidores podem decidir, em assembleia dia 5 de maio, aprovar indicativo de greve por tempo indeterminado.
A batalha pelo reajuste deve ser dura e provavelmente parar no Judiciário, como tem sido de praxe quando categorias do serviço público de Campo Grande pleiteiam ganhos salariais. Os mais recentes foram dos profissionais da enfermagem e dos auditores fiscais e trabalhadores no serviço de fiscalização da prefeitura, que dependem do reajuste no salário da prefeita Adriane Lopes (Patri), que foi barrado pela Justiça.
A prefeitura alega a situação crítica das despesas com pessoal do município, que compromete 57,02% da Receita Corrente Líquida, ficando acima do limite de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O cenário ficou ainda pior após inspeção do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) encontrar divergência de R$ 386 milhões nas despesas de pessoal da Prefeitura de Campo Grande que não constam nos balanços fiscais apresentados à corte fiscal pelo município.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.