A professora Gleice Jane tomou posse, nesta terça-feira (11), como a primeira deputada do Partido dos Trabalhadores a assumir mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A petista assume a vaga deixada pelo deputado Amarildo Cruz (PT), que faleceu no dia 17 de março.
A solenidade de posse da deputada foi embalada por vozes, em sua maioria composta por mulheres que lotaram o plenário da Alems. Em seu discurso de posse, Gleice ressaltou as lutas que a levaram ao legislativo estadual.
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“Quero cumprimentar aqui todas as pessoas que vieram, nossas lutas, nossos sonhos e nossas esperanças estão hoje tomando posse. A luta das mulheres é a luta por um mundo melhor. Agradeço as mulheres que sonharam juntos comigo esses 20 anos. Nosso projeto tem muita luta e educação, passou por temos difíceis superados com resiliência”, discursou.
Esta é a terceira vez na história da Assembleia Legislativa que três mulheres exercem mandato parlamentar simultaneamente. A primeira foi durante a 7ª Legislatura (2003-2007), na qual foram eleitas Celina Jallad e Simone Tebet, ambas do então PMDB.
Entre 2015 e 2019, foi a vez de Bela Barros (PDT), Antonieta Trad (PMDB), Grazielle Machado (PL) e Mara Caseiro (PSDB) representarem as mulheres na Casa de Leis durante a 10ª Legislatura.
Agora, Gleice Jane se une a Mara Caseiro (PSDB) e Lia Nogueira (PSDB), durante a 12ª Legislatura (2023-2027). A deputada empossada ressaltou o legado do companheiro Amarildo Cruz.
“O difícil mesmo é a despedida repentina de companheiros e refazer nossos sonhos. Foi assim que enfrentamos a triste e repentina partida de Amarildo Cruz, e enfrentar essas perdas nos abalam, nos pegam de surpresa, alguém que lutou incansavelmente por justiça social e olhou o povo com carinho, trazendo isso para a Casa de leis. As memórias do Amarildo vivem e nos guiarão pelo futuro, suas lutas em favor do movimento antirracista, do meio ambiente, da habitação, nosso projeto é o Amarildo presente”, declarou Gleice Jane.
Por fim, a deputada lembrou que quando recebeu a notícia da morte de Amarildo Cruz estava fragilizada por sua condição de saúde. “Dez dias depois de estar numa cama de hospital, com a saúde debilitada, por ter recebido o diagnóstico de Sindrome de Guillain Barré, eu comecei a refletir sobre minha saúde e as diversas doenças raras que surgem, e a crescente demanda de educação especial. Temos uma grande missão em Dourados, a saúde do nosso município pede socorro. Não medirei esforços para melhorar nossa região e Estado. Estabelecer políticas para as mulheres para que o Estado desenvolva muito mais a economia, sabem das necessidades reais”, declarou.
Protesto bolsonarista
O deputado Rafael Tavares (PRTB) aproveitou o plenário lotado de petistas para provocar com um cartaz onde estava escrito “100 dias sem picanha”, fazendo referência a uma das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O petista prometeu combater a inflação e reduzir o preço das carnes, que foram às alturas durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), impedindo que parcela da população deixasse de ter acesso a este alimento. Lula completou 100 dias de governo na segunda-feira (10).
Em fevereiro, o preço das carnes tiveram a maior queda em 15 meses.