Um dos encaminhamentos da audiência pública que discutiu os impactos da violência nas escolas foi o uso da Guarda Civil Metropolitana para garantir a paz de funcionários e alunos. O secretário de Segurança e Defesa Social de Campo Grande, Anderson Gonzaga, porém, adiantou que com o atual efetivo não é possível fazer o policiamento 24 horas nos sete dias por semana.
“Hoje nós temos um efetivo de 1.100 guardas. Parecem muitos, mas não é. Nossa maior clientela hoje é educação e saúde. Nós temos 205 unidades da educação. Se for colocar um guarda 24 horas nessas 205 unidades, vamos precisar de 900 guardas municipais. As unidades de saúde são 111, se for colocar 24 horas, precisa de 440 guardas. Só aí é todo efetivo da Guarda Civil Metropolitana”, afirmou Gonzaga, durante o debate na Câmara de Vereadores, na segunda-feira (3).
Veja mais:
Escolas tomadas pelo mato e sem energia marcam início das aulas na rede municipal da Capital
Após quase ser polícia, Guarda faz parte do desafio da segurança para futuro prefeito
Além disso, restam outros 370 prédios públicos da Capital que necessitam de proteção. Para defender as 98 escolas e 107 Emeis, por 24 horas e nos fins de semana, seriam necessários um acréscimo de 670 guardas. “Nenhum concurso público que abriu cobre o efetivo da educação”, disparou o secretário.
Como forma de contornar esta limitação, a Secretaria de Segurança e Defesa Social planeja colocar monitoramento eletrônico em 59 escolas, com a presença de guardas no período diurno, fazendo acompanhamento dos servidores e alunos.
Outro ponto de preocupação é o trajeto entre a residência e a escola, que demanda dois guardas em cada terminal do transporte coletivo durante os turnos de entrada e saída dos estudantes nas unidades de ensino.
Vice-presidente da Comissão de Educação, o vereador Valdir Gomes (PSD) alega ser essencial a Guarda Civil Metropolitana nas escolas para manter a sensação de que estes locais têm defesa e, desta forma, tirá-los do foco de criminosos e baderneiros.
“Vocês diretores que estão aqui, sabem melhor do que nós que estamos sentados aqui, a dificuldade que está a segurança nas escolas. A presença do guarda nas escolas impõe respeito. Falta segurança sim! Estão todos acuados, diretores e professores. Essa segurança é pra hoje, não amanhã. Temos que ter uma solução maior para mostrar que a escola não está sozinha”, declarou o parlamentar.
O secretário de Educação da Capital, Lucas Henrique Bitencourt, elencou as ações da Semed para prevenção nas escolas. “Temos o programa ‘Escola Segura, Família Forte’, o projeto Proerd, palestras com a guarda municipal, programa de valorização a vida, projetos de acolhida e ainda agora implantaremos projeto de prevenção sinistro e atentado”.
“A segurança no ambiente escolar, é fundamental para o bem estar dos alunos, para a tranquilidade dos pais e responsável pelo processo de ensino aprendizagem. A escola ocupa um espaço central na formação das crianças, pois é ali que acontece de fato o ensino. Muito mais do que ensinarmos é buscarmos essa conscientização, intensificar ações para tranquilizar os diretores, sermos ponte e dar suporte a todas as escolas, para assim sermos referência nacional”, concluiu Lucas Henrique.