A ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) descarta retomar o trem de passageiros em Mato Grosso do Sul, desativado há 28 anos. Conforme estudo do órgão federal, o retorno da modalidade “não seria economicamente vantajoso” e não será incluído na relicitação da Malha Oeste.
O assunto será tema de audiência pública prevista para o dia 26 deste mês em Campo Grande. Outro debate para debater o edital do certame está previsto para 3 de maio em Brasília, de forma híbrida, na sede da agência.
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A ferrovia deixou de transportar pessoas entre Campo Grande e Bauru em 1993. Dois anos depois, em 1995, foi desativado o trem de passageiros entre a Capital e Corumbá. A tentativa de retomada do trem turístico, inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre Campo Grande e Aquidauana também não prosperou.
No estudo, que servirá de base para a audiência pública, a ANTT chegou a fazer o cálculo do custo da passagem. Uma viagem entre Campo Grande e Aquidauana custaria R$ 42. O percurso de 132 quilômetros seria feito em quatro horas. De ônibus, o mesmo percurso seria cumprido em 2h30 e custaria R$ 54. DE automóvel, a viagem ficaria em R$ 83 e levaria 1h40.
“Com base em benchmarks extraídos de demonstrativos financeiros das Estradas de Ferro Vitória-Minas e Carajás, estimou-se o custo diário de operação de um par de trens de passageiros por quilômetro de ferrovia (R$ 231,64). A partir deste racional, estimou-se o custo diário de operação de um trem de passageiros entre Sorocaba e Corumbá, de R$ 366.138”, pontuou.
“Assim, o custo de operação de um trem de passageiros na Malha Oeste seria bastante superior às receitas por ele geradas, mesmo considerando cenário de captação máxima da demanda potencial. Diante de todo o exposto ao longo desta seção, conclui-se que o transporte de passageiros não seria economicamente vantajoso para o futuro concessionário e, portanto, tal fluxo foi desconsiderado”, concluiu.
A Malha Oeste terá 1.625 quilômetros entre Corumbá e Mairinque (SP), contando com o ramal do Indubrasil até Ponta Porã.