A 1ª Vara Criminal de Campo Grande negou pedido da defesa do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, 63 anos, para que participasse de um evento beneficente no último dia 25 de março. Ele está em prisão domiciliar por ser acusado de fazer parte de uma organização criminosa responsável por execuções na Capital.
A advogada do policial solicitou “autorização especial de saída” para que Everaldo participasse da roda de capoeira inclusiva, em comemoração ao Dia Internacional de Síndrome de Down, em projeto promovido por ele com intermédio da Associação Cultural Arte e Vida, que ocorreu das 08h até às 20h, no Mercado Municipal de Campo Grande, no sábado (25).
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“Monteiro atua como Mestre de Capoeira há mais de 30 anos em projetos de cunho educacional, social e cultural, como esse, fomentado pela instituição”, justificou a defesa.
O Ministério Público Federal se posicionou contra conceder liberdade especial ao policial, o que foi acatado pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
“O requerimento do réu não possui caráter de urgência apta a afastar, excepcionalmente, o cumprimento das medidas cautelares que lhe foram impostas nos autos […]. Isso porque o réu é acusado, em tese, da prática do crime de integrar organização criminosa armada e violação de sigilo profissional […], e tais imputações podem, ao menos em tese, estar relacionadas a atividades violentas, razão pela qual não se mostra cabível o deferimento excepcional do pedido apresentado. Dessa maneira, indefiro o pedido apresentado”, justificou o juiz, em decisão publicada na quinta-feira (30).
Colaboração com grupo de extermínio
Conforme a denúncia da Operação Omertà, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis usava a estrutura da PF para levantar informações sigilosas dos alvos e as repassava para as organizações criminosas. Conforme a Força-Tarefa da Polícia Civil e do Garras (Delegacia de Repressão a Roubos de Banco, Assaltos e Sequestros), logo após terem a vida devassada pelo policial federal, Orlando da Silva Fernandes, o Bomba, Alberto Aparecido Nogueira, o Betão, e o chefe de segurança da Assembleia, Ilson Martins Figueiredo, foram brutalmente assassinados.