O procurador-geral da Câmara Municipal de Campo Grande, Luiz Gustavo Martins Araujo Lazzari, assumiu a defesa do corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida. Ele foi condenado junto com ex-prefeito Gilmar Olarte por ocultar R$ 1,3 milhão na compra do terreno e construção de uma mansão no residencial de luxo Damha e quase uma dezena de imóveis.
Atualmente, o processo está em fase de recurso na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O desembargador José Ale Ahmad Netto, relator do caso, negou mudar a pena de quatro anos e seis meses em regime fechado de Gilmar Olarte, em decisão no dia 1º de março.
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No entanto, após voto do relator, o pedido de vista pelo revisor do caso, desembargador Carlos Eduardo Contar, postergou mais uma vez a decisão, que foi remarcada para o próximo dia 11 de abril.
No dia 17 de março, a advogada Nabiha de Oliveira Maksoud entrou com uma petição para ser substituída pelo colega Luiz Gustavo Lazzari, que é procurador-geral da Câmara de Vereadores de Campo Grande.
À reportagem, nesta terça-feira (28), Gustavo Lazzari informou que não há conflito entre seu cargo exercido no legislativo municipal com a defesa de Ivamil Rodrigues.
“Analisei para ver se não haveria algum impedimento para essa defesa. Como nenhum deles mais possui cargo público, e não estou advogando para o ex-prefeito Gilmar Olarte, e sim para o Ivamil, que foi um corretor que intermediou a compra de alguns bens que são objetos dessa ação penal. Em análise ao caso, não haveria nenhum conflito com o cargo exercido com a defesa do Ivamil, só para a fase final do julgamento”, explica Lazzari.
O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, condenou o ex-prefeito a quatro anos e seis meses de prisão; a ex-primeira-dama, Andréia Nunes Zanelato Olarte, a quatro anos e três meses.
Também foram condenados o corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida e o suposto testa de ferro, o empresário Evandro Simões Farinelli, ambos a três anos e seis meses.
Contra o corretor de imóveis Ivamil Rodrigues pesou a acusação de que ele seria o braço direito de Gilmar e Andreia Olarte em aquisições de móveis “fraudulentas”.
A defesa do ex-prefeito e dos demais réus pedem para o TJMS anular a condenação e o Ministério Público Estadual, por outro lado, quer ampliar o tempo das penas. O recurso tramita há dois anos na 2ª Câmara Criminal e o julgamento já foi suspenso seis vezes.