O governador Eduardo Riedel (PSDB) apoia a reforma tributária, uma das prioridades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao jornal Valor, ele alerta que a proposta não pode mudar o local da tributação, que pode quebrar o Estado de Mato Grosso do Sul.
“Para a reforma tributária, Lula pode contar conosco. E aí precisamos discutir a reforma a ser feita. Mato Grosso do Sul não é um Estado consumidor. Tem 3 milhões de habitantes e é exportador de matéria-prima e industrializados”, pontuou o tucano.
Veja mais:
Lula promete financiar obra dos sonhos em cada estado e Riedel cita quatro projetos de MS
Riedel debate com governadores perdas de R$ 1,2 bilhão com arrecadação de ICMS no estado
Com indígena, historiadora e ativista, Riedel completa acomodação de indicados do PT no governo
“Uma mudança (do local de tributação) quebra o Estado. Quais são os mecanismos que garantem a previsibilidade de receita (para o Estado)?”, questionou. Um dos temores é que se repita os efeitos da Lei Kandir, que isentou os produtos primários destinados à exportação e causou perdas na receita sul-mato-grossense.
“Temos urgência em alguns temas no Brasil, como a reforma tributária. Qual é o modelo? PEC 45? A 110? É outra discussão. Mas a reforma éuma necessidade. Então eu acho que o governo começa sinalizando de maneira positiva ao colocá-la na pauta”, elogiou.
Ele também defendeu a conclusão a fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, que está parada desde 2014 apesar de ter recebido investimento de R$ 4 bilhões e estar mais de 80% concluída. ““A UFN-3 tem de ser concluída. Ela entrou no processo de desestatização do setor de gás da Petrobras, com quase 90% do investimento concluído, e não foi. Agora a Petrobras anuncia que desistiu da venda. É extremamente importante uma indústria de nitrogenado como essa. Ela está na boca do gasoduto que vem da Bolívia. A matéria[1]prima está na porta. Então tem tudo para ser um sucesso”, afirmou.
“Para o Mato Grosso do Sul é indiferente se a UFN-3 vai continuar estatal ou se será vendida. Só acho que se for vendida, não será concluída. Então o caminho é a Petrobras terminar (a construção] e operar. Ou terminar e colocar à venda”, defendeu. A proposta da empresa russa era transformá-la em uma misturadora e não produzir o fertilizante.