O Pantanal foi eleito pela Revista Time como um dos 50 melhores lugares do mundo para se visitar em 2023. Entre as atrações citadas que devem agradar os turistas está o Bioparque Pantanal, em Campo Grande. O empreendimento, que está prestes a completar um ano de inauguração, tem feito os viajantes ficarem mais tempo na Capital.
“Campo Grande, a maior cidade do estado de Mato Grosso do Sul, é ponto de partida para passeios pelas terras úmidas. A partir daqui, os viajantes podem ver centenas de espécies aquáticas que chamam o Pantanal de lar no novíssimo Bioparque Pantanal”, descreve a Time, um dos mais relevantes e influentes veículos de comunicação do Planeta.
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A revista aponta uma característica histórica da Capital, de servir apenas como “escala” para quem está interessado em visitar o Pantanal ou outras cidades turísticas, como Bonito. O Bioparque agora surge como opção para fazer os turistas se planejarem a ficar uns dias a mais e conhecer a cidade.
Guia de turismo desde 1983 e que faz tour de experiência pela cidade Morena há oito anos, Carlos Iracy Coelho Netto confirma essa tendência.
“O turismo de Campo Grande vem nesses últimos 10 anos sendo uma rota de passagem. Os turistas que estão indo para o Pantanal, Bonito, que tem voo e desce por aqui, acabam querendo conhecer a Capital do Estado. Há momentos que o turista vem só para conhecer a Capital. O Bioparque Pantanal, gradativamente, vai fazer uma mudança, que ainda não acontece porque é muito novo, mas vai fazer essa mudança”, relata Carlos Iracy.
A diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, afirma que essa mudança já está acontecendo. “Nos três primeiros meses, o turista chegava ao Bioparque porque estava de passagem para algum ponto turístico de MS. A partir do terceiro mês, já passamos a receber visitantes que estavam vindo conhecer o maior Aquário de água doce do mundo”, diz.
Inaugurado em 28 de março de 2022, o Bioparque faz aniversário de um ano na próxima semana. Maria Fernanda acredita que o efeito permanência de mais dias de turistas na cidade vai ter reflexo na economia local, movimentando a rede hoteleira e gastronômica.
A gerente do Indaiá Park Hotel, Alexandra Martins, por outro lado, diz não ter observado reservas que indicassem que as pessoas estavam vindo a Campo Grande diretamente para visitar o Bioparque. Mas alguns grupos demonstram interesse em conhecer a atração.
“Os grupos de turismo e passeio, ou seja, hóspedes à lazer, buscavam informações conosco sobre o bioparque – informações de funcionamento, ingressos e horários de visitação. Sempre ofertamos tais informações e também o contato via Whatsapp do bioparque para atendimento direto”, relata Alexandra.
No entanto, ela diz que recebeu queixas de turistas que enfrentaram problemas para ter acesso ao empreendimento. “Posso afirmar que tivemos várias reclamações na demora de atendimento na entrada do bioparque. A falta de agendamento de visitas antecipadamente, para grupos, causava demora nas visitações. Reclamavam também que o tempo de espera era enorme para preencher os dados dos visitantes até que tivessem acesso ao parque”, conta.
Maria Fernanda Balestieri afirma que essas situações são pontuais, não refletem o que a maioria dos visitantes encontra e ocorreram em momentos de grande movimento, como na alta temporada.
“Em dias de feriados, final do ano, a gente teve uma quantidade muito maior do que o esperado e do que comportava o empreendimento. Então acabou tendo essas demoras. Na hora que o visitante chega, recebe um QR Code, ele mesmo faz o cadastro dele, confirma o agendamento, faz o check-in, recebe a pulseira e entra para visitação. Não vejo tanta demora nisso”, explica a diretora do Bioparque Pantanal.
A gestora afirma que visitas em grupo podem demorar porque, se for uma grande quantidade de pessoas, o cadastro de todos pode levar um pouco mais de tempo para entrarem juntos. Nestes casos, o ideal é que seja feito o cadastramento e agendamento pelo site. São 2 mil vagas diárias, metade agendadas e o restante presencial.
Maria Fernanda destaca que filas são realidade em atrações turísticas com grande procura em qualquer lugar do mundo. “Se você for no Aqua Rio, no Beto Carreiro, no Aquário de São Paulo, Museu do Amanhã, as pessoas ficam em fila e ninguém reclama. Mas a gente sempre procura melhorar”, explica.
Em um ponto todos concordam, na qualidade do Bioparque do Pantanal.
“É um produto de ponta internacional. A gente que trabalha aqui está em contato com os visitantes que conhecem aquários mundo afora e passam para nós que o nosso projeto aqui é muito bem bolado. Então, gradativamente, as pessoas vão começar num destino para ir a Bonito e Pantanal, tirar um dia ou dois para ficar em Campo Grande, conhecer a cidade e o Bioparque”, conta Carlos Iracy Coelho Netto, que trabalha como guia de turismo há 40 anos.
Alexandra Martins diz que o “produto é excelente”. E com um entusiasmo contagiante, Maria Fernanda comemora a indicação do Bioparque Pantanal pela Revista Time.
“É a revista de maior circulação né. E sem ter saído nela já tivemos turistas de 75 países. O alcance de pessoas tomando conhecimento do empreendimento é muito grande. Por ser um empreendimento novo, que agora no dia 28 é que vai completar 1 ano. Quando o pessoal da revista entrou em contato conosco, no início da semana, eu fiquei tão feliz. Principalmente por ter vindo a indicação de alguém que visitou sem estar identificado. Veio, visitou e teve a impressão. Isso é muito bacana”, conclui.