Com o aumento da tensão entre produtores rurais e índios em Naviraí e Rio Brilhante, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, vem a Mato Grosso do Sul neste sábado (18) e deverá dar visibilidade ao conflito entre índios e produtores rurais. Ela planeja visita uma das áreas em litígio, a área identificada como território indígena Laranjeira, a 150 quilômetros da Capital.
Devido ao acirramento dos ânimos, a ministra não divulgou a agenda que será comprida das 5h, quando embarca em Brasília (DF), até às 20h, quando está previsto o retorno. “Tal alteração fez-se necessária visando à segurança das autoridades que compõem a comitiva, devido ao acirramento dos conflitos na região da terra indígena”, informou a ministra em ofício encaminhado ao governador Eduardo Riedel (PSDB).
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No total, de acordo com o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), há 146 propriedades rurais ocupadas por índios em Mato Grosso do Sul. Com base em informações da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul), ele informou que há área em litígio desde 1980.
O clima voltou a ficar tenso após os índios terem ocupado a Fazenda Inho, em Rio Brilhante, que pertence ao presidente do diretório municipal do PT, Raul José das Neves Júnior. O ex-governador Zeca do PT condenou a invasão pelos índios.
“Lamentável o pronunciamento do Dep @zecadopt na AL/MS, ao questionar a reivindicação legítima dos Guarani e Kaiowá ao seu território tradicional. Laranjeira Nhanderu é terra indígena, possui estudo antropológico e é espaço essencial para sobrevivência física e cultural dos GK”, comentou o secretário executivo do ministério, Eloy Terena.
O coordenador da bancada em Mato Grosso do Sul, Vander Loubet, articulou a vinda da ministra dos Povos Indígenas. Ele chegou a anunciar que a agenda seria cumprida por dois dias no Estado. No entanto, em ofício encaminhado nesta sexta-feira ao governador, Sônia Guajajara informou que a visita ocorrerá apenas neste sábado.
O CIMI (Conselho Indiginista Missionário), órgão ligado à Igreja Católica, vem monitorando a situação dos índios e denunciando desocupações sem ordem judicial e ofensiva dos produtores rurais contra os índios.
No ano passado, o PCO lançou um índio candidato a governador. Magno de Souza reside em uma área em conflito em Dourados e vive sob o terror de supostos jagunços.
O Ministério Público Federal ingressou com ação na Justiça para obrigar a Funai (Fundação Nacional do Índio) a retomar os estudos para demarcar 39 novas áreas indígenas em Mato Grosso do Sul.