Uma situação muito dramática, dizem médicos que souberam de detalhes da evolução da doença do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), que morreu na sexta-feira (17). A forma rápida como uma pneumonia bacteriana evoluiu para septicemia, infecção generalizada, e causou falência múltipla dos órgãos é tratado como “caso atípico” e de difícil explicação.
Como a internação e tratamento foram mantidos com discrição pelos familiares, os profissionais que têm informação do caso também optaram por se preservar. Em comum, a perplexidade ao falar da situação. Amarildo deu entrada às 22h de terça-feira (14) no Proncor de Campo Grande, após passar mal, e no início da tarde de sexta, faleceu aos 60 anos.
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O caso veio à tona na tarde de quarta-feira (15), com poucas informações, apenas que o parlamentar estava internado e passava por exames para identificar o problema, segundo a assessoria. Em grupo de WhatsApp, familiares pediam orações e diziam que a situação era delicada.
A falta de detalhes gerou especulações, sem confirmação oficial, as notícias eram de que o panorama era muito grave, o quadro clínico do parlamentar se agravou quando sofreu a primeira parada cardiorrespiratória e acabou sendo entubado. Na quinta, a equipe médica admitia que a situação do petista era irreversível.
“Foi uma falência múltipla dos órgãos decorrente de uma septicemia por uma pneumonia bacteriana. É um caso atípico. Não tem como dizer, cada um reage de um jeito a uma infecção. Só dá para lamentar a dramaticidade da situação”, avaliou um médico, que acompanhou o caso de perto.
“Atípico a evolução da doença tão rápido”, ressaltou. O caso foi semelhante ao ocorrido com a ex-jogadora de voleibol, Isabel Salgado, no final do ano passado. Isabel foi internada Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no dia 15 de novembro. Ela foi entubada logo em seguida, também com sintomas de pneumonia. A ex-atleta chegou a ser colocada na ECMO, uma máquina que ajuda no funcionamento do pulmão, mas não resistiu e morreu na madrugada do dia 16 de novembro.
O Proncor, onde o parlamentar morreu, não quis repassar mais informações sobre a causa, segundo o Correio do Estado.
Tudo isso contrastava com a imagem do deputado que participou da sessão da Assembleia Legislativa na terça-feira, fazendo discursos e chegou a recepcionar alunos da escola Adventista de Campo Grande, que visitavam a Casa, conversou e tirou dúvidas sobre a tramitação de uma proposta de lei.
Na sexta-feira, pouco antes das 13h, foi divulgada a informação que ninguém queria ouvir, o deputado estadual Amarildo Cruz havia morrido após sofrer a terceira parada cardíaca, menos de 72 horas após a internação.
A consternação e a perplexidade passaram para familiares e amigos, por causa da forma repentina como tudo aconteceu.
“Lamento profundamente o passamento repentino do nosso companheiro deputado Amarildo Cruz. Amigo e colega de partido há quase quatro décadas, deputado combativo e atuante na defesa da classe trabalhadora, dos direitos humanos, na luta contra o racismo e pelo meio ambiente, Amarildo sempre foi fiel aos seus ideais de lutar por uma sociedade mais justa e solidária”, declarou Pedro Kemp, companheiro da bancada do PT na Assembleia.
“Por que tão rápido, Deus? Passou a vida toda fazendo o bem e ir desse jeito tão rápido?”, lamentou Simone Lucena, viúva de Amarildo, que a teve ao seu lado em seus últimos momentos. A tristeza e indignação dela com a partida prematura foram captadas pela equipe do Campo Grande News, no Proncor.
Aberto ao público, o velório é realizado no saguão Nelly Martins, na Assembleia Legislativa de MS, teve início às 20h30 de ontem e prossegue nesta manhã. Depois, o corpo de Amarildo Cruz segue para Presidente Epitácio (SP), onde será sepultado.