O juiz Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, autorizou o compartilhamento das provas envolvendo o defensor público Helkis Clark Ghizzi, 57 anos, preso nesta terça-feira (14) por suspeita de dar apoio ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Com base no material coletado, o Gaeco (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Federal poderão abrir novos inquéritos contra o defensor.
Em despacho publicado nesta quarta-feira (15), o magistrado suspendeu o sigilo da medida cautelar e liberou o acesso do processo ao advogado de defesa, Flávio de Oliveira Moraes. “Por fim, tendo em vista que as medidas cautelares deferidas já foram cumpridas, defiro o pedido de acesso formulado pela defesa do investigado Helkis Clark Ghizzi”, pontuou.
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SIravegna Júnior também autorizou o compartilhamento das provas colhidas Operação Maître (Mestre), deflagrada pelo Gaeco em 1º de março. Na ocasião, o defensor foi um dos alvos, mas teria se recusado a entregar o telefone celular aos investigadores.
“Pelo exposto, defiro o pedido de autorização para compartilhamento das provas obtidas, sob reserva de Jurisdição, na medida cautelare n. 0022764-98.2022.8.12.0001, para serem utilizadas em outros procedimentos investigatórios/administrativos do GAECO/MPMS, dos demais órgãos do Ministério Público (GACEP, Promotorias de Justiça, entre outros), da Polícia Civil e Polícia Federal, da Defensoria Pública, OAB, a depender da matéria e dos envolvidos”, determinou.
A Defensoria Pública pediu acesso ao inquérito para tomar as providências em relação ao defensor. Ele é pai do advogado Bruno Ghizzi, preso na Operação Sintonia das Gravatas, deflagrada no ano passado contra um grupo de advogados que estariam ajudando o PCC.
No mês passado, o Gaeco colocou o juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal, sob suspeição porque ele foi flagrado detonando o órgão e o Tribunal de Justiça para um dos advogados réus. O magistrado ainda falou que não concordava com a prisão de Bruno Ghizzi, mas não conseguiu liberar o advogado porque a prisão era mantida pelo TJ.