A Câmara Municipal de Maracaju criou a Comissão Processante, nesta segunda-feira (13), para analisar a cassação de oito vereadores que foram afastados do cargo pela Justiça. Os parlamentares são suspeitos de receber mensalinho de R$ 2,3 mil a R$ 44 mil na gestão do ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB).
Os parlamentares foram afastados dos cargos em 6 de dezembro na Operação Mensalinho, denominação da 3ª fase da Dark Money. Conforme a denúncia, o então prefeito Dr. Maurílio (MDB) criou uma conta clandestina e desviou R$ 23 milhões dos cofres da prefeitura.
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Desta quantia, ele teria usado R$ 1,3 milhão para pagar propina aos vereadores. Insatisfeitos com o salário de R$ 5,9 mil pagos na época, que consideraram insuficiente para prover o próprio sustento, os parlamentares aceitaram a propina para apoiar o prefeito no legislativo.
A Justiça afastou os vereadores Robert Ziemann, e Laudo Sorrilha, do PSDB; Ludimar Portella, o Nego do Povo, Joãozinho Rocha, Hélio Albarello e Antônio João Marçal de Souza, o Nenê da Vista Alegre, do MDB; Jefferson Lopes e Ilson Portela, o Catito, do União Brasil.
Joãozinho Rocha conseguiu reverter a suspensão do mandato ao conseguir habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça, em fevereiro. Conforme despacho do ministro Rogério Schietti Cruz, não há indícios concretos de que o parlamentar recebia o mensalinho de R$ 7,3 mil por mês.
A Comissão Processante aberta hoje tem como membros os vereadores Oséias Enfermeiro, Republicanos (presidente); Vilmar da Era do Gelo, Patriota (vice); e Rener Barbosa, PSDB.
O trio vai analisar o caso e montar o parecer a ser votado pelos 13 vereadores da Câmara Municipal de Maracaju, o que pode levar à cassação dos oito colegas.