Bolsonaristas estão fazendo resistência à operação do Palácio do Planalto que tenta convencer parlamentares a retirar assinaturas do requerimento que pede a abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro. Nenhum dos cinco de Mato Grosso do Sul que assinaram o requerimento voltou atrás.
A ofensiva do governo Lula (PT) inclui oferta de nomeações para cargos de segundo escalão nos estados, como diretorias do Banco do Nordeste (BNB), além de superintendências da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
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Além disso, o deputado bolsonarista Ubiratan Sanderson (PL-RS) afirmou que o Planalto ofereceu R$ 60 milhões em emendas, com verba já prevista no orçamento dos ministérios, para os parlamentares que aceitarem retirar o nome do requerimento de CPMI.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), disse se tratar de “fake news”. “Quem falou isso para o deputado Sanderson mentiu”, afirmou o petista.
O governo também pressiona ministros de partidos aliados, principalmente do União Brasil, para ajudar na missão “abafa CPI”, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, de quinta-feira (9). Na avaliação do Planalto, criar uma comissão parlamentar agora atrapalharia votações importantes, como a da nova âncora fiscal e a da reforma tributária.
A oferta de emendas, porém, não tem seduzido os parlamentares bolsonaristas. “Não adianta o Lula barganhar cargos. O toma lá da cá não pode voltar. A CPMI tem que ser instalada logo. Quem não deve não teme”, diz o deputado federal Rodolfo Nogueira, presidente do PL-MS, e conhecido como gordinho do Bolsonaro.
Além de Rodolfo, os deputados federais Luiz Ovando (PP) e Marcos Pollon (PL), e os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), assinaram o requerimento que pede a abertura da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro.