O deputado federal Luiz Ovando (PP) se revoltou com a ameaça do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não pagar emendas a parlamentares que assinaram o pedido de CPMI dos atos de 8 de janeiro. Três deputados federais e dois senadores do Estado apoiam a instalação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar suposta omissão do governo Lula nos atos golpistas.
Além de Ovando, o requerimento contou com as assinaturas dos deputados federais Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, do PL, e dos senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP). A CPMI hoje tem o apoio de 186 deputados federais e 33 senadores.
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Líderes de partidos aliados ao governo, como União Brasil, PSD e MDB, tentam desmobilizar a adesão de correligionários à criação da Comissão. Uma das medidas seria o governo não pagar as emendas individuais a parlamentares de primeiro mandato caso eles não retirem o apoio ao pedido de CPMI.
O governo federal tem dito a deputados que somente vai pagar cerca de R$ 13 milhões em emendas individuais em 2023 aos parlamentares que não endossarem a investigação, de acordo com o site O Antagonista.
Em 2023, o governo federal prometeu reservar em torno de R$ 3 bilhões para os 219 parlamentares de primeiro mandato.
Na semana passada, interlocutores do governo federal procuraram alguns parlamentares que assinaram o pedido de CPMI e afirmaram que somente vão garantir o pagamento das emendas no final do ano, caso eles demonstrem “provas de fidelidade” ao governo federal. Uma das provas é a retirada de assinaturas da CPMI.
O deputado federal Luiz Ovando demonstrou sua revolta contra essa possibilidade. “Esse tipo de ameaça, caso seja comprovado, é um verdadeiro absurdo!”, disparou.
“As emendas são muito importantes para as cidades, principalmente para os pequenos municípios. São valores que ajudam a custear despesas de saúde, pavimentação e obras que beneficiam a população”, argumentou.