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    Economia Fora Da Caixa – O vinho tinto de sangue da Serra Gaúcha

    Especial para O JacaréBy Especial para O Jacaré05/03/20233 Mins Read
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    Albertino Ribeiro

    Não há dúvida que os vinhos da Serra Gaúcha são de excelente qualidade. Inclusive, ano passado, a região gaúcha ganhou reconhecimento internacional como denominação de vinhos espumantes; o mesmo reconhecimento da região de Champanhe, na França.

    Além do espumante, a qualidade do vinho tinto seco também tem sido apreciada em vários países do mundo. Este saboroso vinho é feito a partir da uva tinta Tannat, de origem francesa. Entretanto, todas estas qualidades e conquistas de reconhecimento das vinícolas da região de Bento Gonçalves foram ofuscadas e agora ameaçadas pela prática de trabalho escravo.

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    Segundo fontes do MPT, cerca de 200 pessoas foram encontradas em condições análogas à escravidão, trabalhando nas fazendas de uvas. As vinícolas envolvidas – Salton, Aurora e Garibaldi – contrataram a Fênix, empresa especializada em contratação de mão-de-obra. Segundo depoimento dos trabalhadores resgatados, era comum a prática de maus tratos por parte da empresa.

    Os trabalhadores – principalmente os de origem baiana – eram submetidos a espancamentos, spray de pimenta, recebiam comida estragada para alimentação e viviam em alojamento com péssimas condições de higiene e segurança. Ou seja, a empresa que os contratou fazia o papel de um capitão do mato com CNPJ.

    O assunto tem gerado polêmica na mídia e nas redes sociais. De um lado, alguns querem isentar os fabricantes de vinho e jogar a culpa estritamente na empresa subcontratada. Contudo, não é dessa forma que pensa o MPT, pois as empresas contratantes têm responsabilidade solidária sobre a mão-de-obra terceirizada.

    Destarte, as vinícolas serão investigadas para que seja apurada a forma de fiscalização exercida sobre as atividades da empresa Fênix. Será que a fiscalização foi eficaz ou fizeram vista grossa? Essa é a pergunta que não quer calar e não deve se calar até que tenhamos respostas, pois o grito oprimido dos trabalhadores não pode ser ignorado.

    Ironicamente, embora o DNA das uvas cultivadas nas terras do sul do nosso país seja francês, lugar cuja revolução universalizou os direitos sociais pelos quatro cantos da terra, o modo de produção traz consigo a essência escravagista, ainda cultuada pela elite do atraso do nosso país.

    Por ironia, os vinhos baianos estão na moda

    Os vinhos baianos também estão ganhando espaço nesse mercado tão sofisticado. A região do Vale do São Francisco recebeu ano passado o reconhecimento de procedência de vinhos tropicais. Com este selo, a Europa também reconhece a região baiana como procedência de um vinho com grande qualidade.

    Segundo o secretário de Agricultura da Bahia, a região do Vale do São Francisco é capaz de produzir 1,5 milhão de litros por ano. Inclusive, a produção de espumantes tem se destacado na região.

    Espero que nas plantações de vinho baianas não estejam acontecendo as mesmas práticas identificadas na Serra Gaúcha. Espero que não! Mas o MPT e o Ministério Trabalho devem ficar atentos, pois a sanha escravagista está espalhada por várias regiões do país.

    Acredito que um boicote às marcas envolvidas é uma forma da sociedade dar uma resposta e punir às empresas por terem sido coniventes com o descaso à dignidade dos trabalhadores da boa terra.

    “Pai, afasta de mim este cálice de vinho tinto de sangue” –

    Chico Buarque
    (*) Albertino Ribeiro é economista e ensaísta. A coluna EcOnOmIA FoRa dA CaiXa é publicada aos domingos em O Jacaré

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