Os anos passam, os prefeitos mudam, e algumas obras inacabadas em Campo Grande atravessam gerações. Construções que nunca chegam ao fim já fazem parte do imaginário popular e da história da cidade, como é o caso do Centro de Belas Artes.
A obra na Avenida Ernesto Geisel com a Rua Plutão se arrasta há mais de três décadas e passou pela gestão dos governadores Pedro Pedrossian, Wilson Barbosa Martins, Zeca do PT, André Puccinelli (MDB), que passou o problema para o Paço Municipal. O ‘elefante branco incompleto’ foi herdado por Nelsinho Trad (PSD), Alcides Bernal (PP), Gilmar Olarte (sem partido), Marquinhos Trad (PSD) e atualmente Adriane Lopes (Patri).
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E com Adriane no poder, os vereadores voltam a cobrar da prefeitura explicações para 34 obras paradas na Capital, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Infraestrutura. Os parlamentares prometem fazer monitoramento do andamento das construções e realizar audiências públicas a cada seis meses, como a realizada no último dia 1º de março.
Na ocasião, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Domingos Sahib Neto, catalogou as obras que estão paradas e detalhou o processo para execução e da burocracia que contribui para a lentidão.
Na lista está o controle de enchentes e revitalização do Rio Anhanduí, lançado em 2012, corredor de transporte coletivo na Avenida Marechal Deodoro, e conclusão da estação de embarque/desembarque da Avenida Bandeirantes.
Além da construção de nove Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), reformas em escolas, Centros de Referência de Assistência Social (Cras), em parques, em terminais de ônibus, entre outros. A lista completa pode ser conferida ao fim do texto.
De acordo com Domingos Sahib Neto, a burocracia é o principal entrave para que as obras tenham prosseguimento. “Nós temos 14 edificações paralisadas por vários aspectos, oito necessitam de mudança no projeto, quatro com desequilíbrio de preço, uma empresa faliu e vamos ter que relicitar o saldo a executar, e uma parou por causa do Natal e do Carnaval”, explicou.
O secretário de Infraestrutura afirma que 13 obras da área de educação tiveram contratos rescindidos e passam por novos processos de licitação para serem concluídas. E são mais nove de infraestrutura, uma precisa de mudança no projeto, três com rescisão, duas precisando readequação administrativa, e três precisando de “relicitação”.
“Com isso quero demonstrar que estamos preocupados com todas as obras nossas e tendo ações. Não há nenhuma inércia na Sisep e nem na administração da Adriane. Ela está sempre preocupada e nos cobrando para que todas as obras sejam retomadas o mais rápido possível, dentro de um processo administrativo que é extenso”, justifica Domingos Sahib.
Como não poderia deixar de ser, o Centro de Belas Artes foi tema de discussão, por também ser vítima da burocracia, com necessidades que não constam na planilha de execução. “Aí nós temos que quantificar, orçar, fazer um termo aditivo, publicar, e aí executar”, disse o secretário, que pediu paciência para as cobranças, por ter assumido a pasta em janeiro deste ano.
O Centro de Belas Artes, porém, não está na lista de obras paradas, pois teoricamente “está em andamento”, esclareceu o vereador André Luis (Pode), que presidiu o debate.
A subsecretária de Gestão e Projetos, Catiana Sabadin, relatou que a prefeitura está reestruturando a Secretaria Municipal de Infraestrutura para melhorar o gerenciamento das obras, além da ampliação do efetivo da pasta.
“A prefeita nos solicitou prioridade na finalização dos projetos para saúde e educação. Temos, desde setembro do ano passado, uma força-tarefa na secretaria para retomar esses projetos onde as empresas desistiram”, disse Catiana.
Sabadin citou ainda que a prefeitura tem 150 obras em execução, processo de licitação ou até concluídas, referentes à gestão 2020-2024, em que o desempenho dos trabalhos está sendo monitorado. Uma novidade é o cadastro de drenagem que está sendo executado para permitir que o município tenha esses dados, ajudando a evitar erros nos projetos.
A subsecretária acrescentou que a obra do Centro de Belas Artes estava com problema de projeto relacionado a uma fundação.
“Era uma reforma e como trata-se de recurso federal temos um rito no processo. Temos que ter contratação, passar pelo crivo da Caixa Econômica Federal, que é a gestora do recurso, e, então, vamos fazer a reprogramação da obra para a empresa executar”, explicou Catiana Sabadin. Ela disse que somente esse processo leva em torno de 9 meses, e que o projeto foi alterado e a empresa está voltando a aumentar o ritmo da construção.
Os definiram providências a serem tomadas para cobrar da Prefeitura de Campo Grande, como a priorização da conclusão de obras de grande porte (principalmente as mais antigas), vigilância patrimonial nas obras interrompidas, maior celeridade nos processos licitatórios, modernização no sistema de acompanhamento de obras, prestação de contas das paralisações à Câmara Municipal a cada 6 meses e adequação dos projetos à nova realidade climática, com chuvas cada vez mais volumosas.
Confira a lista com as 34 obras paradas na Capital:
- 1. Reforma do Parque Sóter
- 2. Reforma na Praça Guanandi
- 3. Reforma das piscinas e do complexo do Parque Jacques da Luz
- 4. Reforma do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do Jardim Botafogo
- 6. Reforma do Cras do Zé Pereira
- 7. Reforma do Cras do Guanandi
- 8. Reforma do Cras da Vila Popular
- 9. Reforma da Escola de Governo
- 10. Conclusão do estádio de beisebol
- 11. Reforma do Terminal de Ônibus General Osório
- 12. Reforma do Terminal de Ônibus Nova Bahia
- 13. Reforma do Terminal de Ônibus Hércules Maymone
- 14. Conclusão da estação de embarque/desembarque da Avenida Bandeirantes
- 15. Conclusão da estação de embarque/desembarque da Rua Bahia
- 16. Corredor de transporte coletivo na Avenida Marechal Deodoro
- 17. Reforma da Escola Municipal Danda Nunes
- 18. Reforma do Cras do Vida Nova
- 19. Reforma do Cras da Vila Gaucha
- 20. Revitalização do Horto Florestal
- 21. Construção de escola no Parati – Fotos acima
- 22. Construção de Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) na Vila Popular
- 23. Construção de Emei no Talismã
- 24. Construção de Emei no Jardim Inápolis –
- 25. Construção de Emei no Anache
- 26. Construção de Emei no Oliveira
- 27. Construção de Emei no Jardim Radialista
- 28. Construção de Emei nas Moreninhas
- 29. Construção de Emei no Jardim Colorado
- 30. Construção de Emei no Jardim Serraville
- 31. Controle de erosão em frente ao Presídio da Gameleira
- 32. Controle de enchente e revitalização do Rio Anhanduí
- 33. Construção de escola na Vila Nathalia
- 34. Construção da Unidade Básica de Saúde da Família Oliveira