Três dos oito deputados federais e dois dos três senadores de Mato Grosso do Sul apoiam a instalação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar omissão do Governo Lula nos atos golpistas de 8 de janeiro deste ano. Proposta pela oposição, a CPMI tira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do foco pelas invasões dos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.
O requerimento contou com as assinaturas dos deputados federais Dr. Luiz Ovando (PP), Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, do PL, e dos senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP). No total, foram 189 deputados e 33 senadores a endossarem a proposta de investigação.
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Esta é a segunda proposta para investigar os atos terroristas de 8 de janeiro. A primeira foi proposta pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil) e teve o apoio de 38 senadores. Apesar de ter mais que o mínimo necessário para criar uma CPI, 27 assinaturas, a comissão não foi instalada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Soraya foi ao Supremo Tribunal Federal para obrigar o presidente do Congresso Nacional a tirar a comissão do papel. Na sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes, determinou que Pacheco aponte os motivos para não ter criado a CPI dos Atos Antidemocráticos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contra a CPI. Ele disse que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já estão investigando e a prioridade do Governo é a aprovação da reforma tributária, considerada essencial para a retomada do crescimento econômico.
Já a CPMI tem o objetivo de degastar o Governo ao investigar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ele é acusado de ter sabido com antecedência das invasões e não ter tomado providências para impedir a depredação dos prédios públicos pelos bolsonaristas.