A favor dos dois projetos que concedem reajuste de até 206% nos salários dos secretários municipais e da prefeita da Capital, o vereador de Campo Grande Valdir Gomes (PSD) afirmou que aqueles que dizem que os salários de procuradores e auditores fiscais da prefeitura são altos devem estudar e prestar concurso.
“As pessoas que vêm dizer aqui que é um salário alto, então vão estudar e fazer concurso para ser fiscal de renda. Vai estudar e fazer concurso para fazer jus ao salário que ganha”, declarou Gomes, durante a votação na Câmara Municipal nesta terça-feira (28).
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Valdir ainda agradeceu ao presidente da Casa, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), “pela coragem de colocar em votação um projeto que é justo”. Disse ainda que não vai esperar até 2025, pois “nem sei se vou estar aqui para votar o salário”.
“Minha eterna gratidão, Carlão, por você ouvir a categoria”, finalizou Gomes.
As propostas foram apresentadas pelo presidente da Câmara de Vereadores e pelo primeiro-secretário, Delei Pinheiro (PSD). A justificativa é de que, mais do que aumentar os salários dos integrantes do Executivo, as propostas garantem a valorização profissional de procuradores e auditores fiscais da prefeitura.
Com salários defasados em 115%, os servidores destas categorias estão sem reajuste há 12 anos, já que seus vencimentos estão atrelados ao do chefe do Paço Municipal.
No fim, foram 18 votos a favor e 10 contra a proposta que prevê o reajuste de 159% nos salários a partir de março deste ano. O aumento será de até 159%. O segundo projeto, que prevê o aumento de até 206% em 1º de fevereiro de 2025, foi aprovado por 26 vereadores. Apenas Tiago Vargas e Zé da Farmácia foram contra o aumento em qualquer situação.
Os dois projetos contemplam 405 funcionários privilegiados do funcionalismo público municipal, que terão aumento automático com a aprovação da proposta. Enquanto professores e enfermeiros lutam para receber o piso abaixo de R$ 5 mil, os servidores beneficiados pela votação de hoje vão ter os vencimentos corrigidos de R$ 21.263,62 para R$ 35.567,50.
Esta proposta contou com o apoio de 18 vereadores. Oito votaram contra porque consideram que o reajuste imediato é inconstitucional. A lei prevê que o salário da prefeita só pode ter correção na próxima legislatura.