A secretária de Finanças de Campo Grande, Márcia Helena Hokama, afirmou que a arrecadação do município com o ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) superou o faturamento com o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) em 2022, se não forem considerados os juros, multas e valores antigos da dívida ativa.
“Em números reais, quando você tira juros e encargos, o IPTU fica em segundo lugar. O ISS, arrecadado sem juros e dívida ativa, hoje em dia já supera nossa arrecadação com o IPTU”, afirmou Márcia Helena, durante prestação de contas na Câmara de Vereadores, na desta sexta-feira (24).
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Sem os encargos, o ISS arrecadou R$ 482,8 milhões em 2022, seguido pelo IPTU, com R$ 396 milhões. Com as campanhas de Refis, que dão descontos em juros e multas, o imposto sobre propriedade tem um salto de faturamento e chega a R$ 585,3 milhões, retomando a dianteira, enquanto o tributo sobre serviços fica com R$ 516,3 milhões.
Considerando o valor total, o crescimento do ISS em relação a 2021 também impressiona. Naquele ano, foram recolhidos R$ 435,5 milhões, que ganharam um incremento de 18,55% em 2022, chegando aos R$ 516,3 milhões. O IPTU, por sua vez, subiu 7,14% na arrecadação comparando os dois anos.
O vereador André Luis (Rede) afirma que essa mudança de cenário demonstra que a cidade está mais produtiva.
“O município que tem como principal fonte de renda o IPTU é um município que não produz. Se a gente comparar com Curitiba (PR), lá tem quase duas arrecadação com ISS quando comparado com o IPTU. A cidade tem que produzir, tem que trabalhar, e o reflexo disso é a arrecadação do ISS”, declarou o parlamentar.
O maior recolhimento com o imposto sobre serviços é um indicativo do aquecimento da economia de Campo Grande, após o período mais crítico da pandemia de covid-19.
Conforme o Boletim de Desenvolvimento Econômico, de janeiro de 2023, a Capital possuía 103.129 empresas constituídas em março de 2020, no início da pandemia. Em novembro de 2021, esse número atingiu 111.508 estabelecimentos, saltando para 117.722 em janeiro deste ano, um crescimento de 14,15% e de 5,57% respectivamente.
Campo Grande representa cerca de 41,20% do quantitativo estadual de empresas constituídas ativas. Em dezembro, Mato Grosso do Sul alcançou a marca de 285.743 empresas ativas.