Após cinco adiamentos, o desembargador José Ale Ahmad Netto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, promete acabar com a estratégia da defesa de postergar o julgamento do recurso que pode ampliar a punição ao ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido). O processo tramita há dois anos na 2ª Câmara Criminal e foi retirado de pauta cinco vezes consecutivas.
O julgamento dos recursos da acusação, para ampliar a punição, e da defesa para anular a condenação a quatro anos por lavagem de dinheiro, seria julgado no dia 14 deste mês. No entanto, devido à ausência do revisor, o desembargador Carlos Eduardo Contar, foi adiado para a próxima terça-feira (28).
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No entanto, o advogado Tiago Bunning, da ex-primeira-dama da Capital, Andreia Nunes Zanelato, já tinha solicitado novo adiamento porque teria audiência de instrução e julgamento em Chapadão do Sul no mesmo dia. Ele foi responsável por dois adiamentos e tentou um terceiro no último dia 3.
O fato irritou o relator do processo. “De início, oportuno ressaltar que, ao todo, registram-se 05 (cinco) pedidos de adiamento, os quais elenco a seguir: a) 23/11/2023 (Dr. Tiago Bunning); b)30/11/2023 (Dr. Tiago Bunning); c) 23/01/2023 (Drª Sandra Alves Damasceno); d)30/01/2023 (Dr. Diego Marcelino Silva Barbosa); e) 03/02/2023 (Dr. Tiago Bunning)”, destacou o desembargador.
“No mais, aproveito o ensejo para informar às partes que eventuais pedidos supervenientes de adiamento serão indeferidos, salvo em situação excepcional, tendo em vista as sucessivas manifestações nesse sentido”, avisou, prometendo levar de vez os recursos a julgamento na próxima sessão.
O MPE pede a condenação de Olarte pela compra de mais nove imóveis. Ele foi condenado apenas pela aquisição do terreno e pelo investimento na construção de uma mansão no Residencial Damha. No total, o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, concluiu que não houve a comprovação da aplicação de R$ 1,3 milhão na construção do sobrado no condomínio de luxo.
Olarte está preso para cumprir a pena de oito anos e quatro meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele também foi denunciado no dia 9 deste mês por dar golpe de R$ 800 mil em um casal de fieis com o falso leilão de um prédio. O ex-prefeito foi denunciado por estelionato e associação criminosa.