Em discurso proferido durante evento do Credit Suisse, Abílio Diniz, sócio e conselheiro do Carrefour, disse que tem receio de que a reforma tributária promovida pelo governo Lula seja um modelo Robin Hood.
Esse discurso, pouco inteligente e mesquinho, vai na contra mão do desejo de um grupo de super ricos que, durante o fórum econômico mundial, divulgou uma carta, pedindo para pagar mais impostos. Segundo eles, o pagamento de mais impostos, por eles, ajudaria a diminuir a desigualdade mundial e poderia frear o crescimento da extrema direita no mundo.
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A carta tem assinaturas de 200 bilionários e milionários de vários países do mundo, mas não leva
assinatura de nenhum super rico brasileiro. Não me surpreendi! E você, leitor?
Sabe o que grande parte da elite brasileira assina em baixo e com muito prazer? O discurso do senhor Abílio Diniz. Um grupo de pessoas que sofre de atavismo social e que agem de acordo com o pensamento escravocrata do passado. Sim, para eles, um saudoso passado.
É justamente essa maneira de pensar do sócio do Carrefour que mantém o Brasil numa encruzilhada. Aliás, por coincidência, uma das traduções da palavra Carrefour do francês para o português é encruzilhada.
Existe uma teoria econômica chamada Trickle-down – teoria do gotejamento. Esta postula que, cortando os impostos dos ricos, aumentando assim a sua riqueza, esta transbordaria para os mais pobres. O problema é que essa pseudo teoria nunca se concretizou.
Contudo, é nesse postulado que empresários como Abílio Diniz, por conveniência ou não, acreditam.
A natureza do capitalismo predador, que está por trás da referida teoria, é o excesso; jamais conheceu ou conhecerá a parcimônia. Assim sendo, nenhuma gota vai para a taça, ou melhor, para a caneca do pobre; na verdade, a lógica aí operante é do aforisma: “o rio só corre para o mar”.