O secretário Municipal de Governo e Relações Institucionais, Mario Cesar Oliveira da Fonseca (MDB), defendeu a gestão da prefeita de Campo Grande Adriane Lopes (Patri), alvo de críticas da população e vereadores por causa de problemas crônicos enfrentados pela Capital.
O ex-vereador diz que Adriane é preparada para comandar o Paço Municipal e faz o que está a seu alcance para atender as demandas da população. “Ela é preparada para ser prefeita de Campo Grande, posso te garantir que é sim. Com serenidade e tranquilidade está tocando as coisas da melhor maneira possível”.
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Adriane assumiu o comando do Paço Municipal em abril de 2022, após Marquinhos Trad (PSD) sair candidato ao Governo do Estado, algo que era esperado desde as eleições de 2020, quando foi reeleito.
Mesmo com dois anos de preparação, Adriane Lopes não conseguiu evitar duas paralisações dos motoristas de ônibus e dos professores da Rede Municipal de Ensino.
Sobre as três greves que ocorreram em 10 meses de governo, o secretário alega que a prefeita só conseguiu conversar com a categoria dos professores quando houve mudança na diretoria do sindicato. “A nova diretoria entrou para conversar e entendeu que era o melhor caminho, tanto é que terminou o ano com tranquilidade. Nós voltamos a negociar e sentar à mesa no início de janeiro e tudo se resolveu”.
No final do ano passado, Lucílio Nobre deixou o comando da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e passou o bastão para Gilvano Bronzoni.
“Com relação ao transporte coletivo, a greve é entre funcionários e patrão. A prefeitura não é o patrão dos funcionários do transporte coletivo, tanto é que eles se resolveram lá e suspendeu a greve. E as coisas estão fluindo novamente normalmente”, diz Mario Cesar.
O problema, segundo ele, é que não há margem para aumentar os gastos com os servidores municipais. “Estamos caminhando bem nesse processo todo. É um desafio até por conta de como tava os limites prudenciais em relação à folha de pagamento. Estamos baixando o limite prudencial, colocando tudo dentro da normalidade, trabalhando para melhorar cada vez mais”.
Articulação com vereadores e comparação Bernal-Olarte
Um cenário esperado na transição de Marquinhos Trad, seria Adriane herdar o apoio da maior bancada da Câmara de Vereadores. O líder do PSD, vereador Coringa, no entanto, afirma que isso não está garantido.
Segundo Mario Cesar, ex-vereador pelo MDB, a prefeita Adriane Lopes tem conversado com os parlamentares, cada um deles.
“A própria prefeita tem tomado conta disso aí. A questão de base é uma prerrogativa dos vereadores. A gente quer trabalhar com a câmara da melhor maneira possível, mais harmônico possível. Clareza absoluta que tudo aquilo que for ao encontro de Campo Grande a gente não vai ter nenhum problema. E a Câmara tem sua autonomia e sua independência, que é bom para o município”, diz Mario Cesar.
Sobre a comparação com os períodos turbulentos de Alcides Bernal e Gilmar Olarte, Mario Cesar rechaça qualquer comparação.
“Fazer uma comparação dessa com os ex-prefeitos é uma comparação que eu acho que não plausível para o momento. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. São cenários completamente diferentes. Até o próprio clima que estamos vivendo com a Câmara de Vereadores. Naquela época não tinha base nenhuma. Estamos em um cenário de governabilidade saudável”.
Mario Cesar conhece bem o período conturbado entre 2012 e 2016 na política campo-grandense. Ele ficou marcado pelo escândalo da Coffee Break, quando foi acusado de articular a cassação de Alcides Bernal do cargo de prefeito, em março de 2014.
O ex-vereador nega as acusações, mas acabou se tornando réu por corrupção passiva e improbidade administrativa por ter comandado o legislativo na ocasião.