O advogado e professor universitário André Puccinelli Júnior foi nomeado para o cargo de consultor jurídico do Tribunal de Contas do Estado. Réu por corrupção passiva e improbidade administrativa na Operação Lama Asfáltica, o filho do ex-governador André Puccinelli (MDB) foi nomeado nesta terça-feira (14).
Conforme o decreto do presidente interino da corte fiscal, conselheiro Jerson Domingos, Júnior vai assumir o cargo de diretor e assessor jurídico no lugar do advogado Lucas Costa da Rosa. A função garante salário de R$ 44,8 mil, que inclui subsídio de R$ 27.558,58, gratificações eventuais de R$ 15.661,54 e adicional de R$ 1.589,05.
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A troca tem o objetivo de reforçar a assessoria jurídica do presidente interino, que substituiu o conselheiro Iran Coelho das Neves, que renunciou ao cargo após ser afastado pelo Superior Tribunal de Justiça na Operação Terceirização de Ouro, deflagrada pela Polícia Federal em 8 de dezembro do ano passado.
André Puccinelli Júnior ficou preso com o pai por cinco meses na Operação Lama Asfáltica entre julho e dezembro de 2018. Ele foi acusado de ajudar na lavagem de dinheiro por meio do Instituto Ícone.
O advogado é réu por improbidade administrativa junto com André Puccinelli pelo suposto pagamento de propina de R$ 25 milhões pela JBS. Ele chegou a ter os bens bloqueados pela 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, mas a decisão foi derrubada pelo Tribunal de Justiça.
Já na ação criminal, onde é réu por corrupção pelos mesmos fatos, ele também teve os bens bloqueados pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
O ex-governador se defende das acusações e tem dito que é vítima de armação política. Em 2018, ele afirma que foi preso para não disputar a eleição de governador. Na época, ele liderou as pesquisas.
Puccinelli tem usado a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que declarou o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal, por suspeição, como prova de que foi vítima de perseguição política. A 5ª Turma do TRF3 anulou todas as decisões do magistrado e determinou que as ações voltassem a estaca zero.