A ausência do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Carlos Eduardo Contar, vai adiar pela 5ª vez o julgamento do recurso do Ministério Público Estadual para ampliar a punição a Gilmar Antunes Olarte (sem partido). Apesar de estar preso para cumprir a pena de oito anos e quatro meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-prefeito de Campo Grande tirou a sorte grande para escapar da 2ª Câmara Criminal, que já teve fama de carrasca no passado.
Após ser adiada por quatro vezes, a análise do recurso, protocolado há mais de dois anos, em 12 de fevereiro de 2021, seria amanhã (14). Contudo, como o desembargador Carlos Contar é o revisor do processo, o julgamento foi adiado para depois do Carnaval, no dia 28 deste mês, conforme informações disponibilizadas no site da corte.
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Olarte foi denunciado por enriquecimento ilícito ao não comprovar a fortuna obtida quando era prefeito de Campo Grande. O MPE suspeita que o dinheiro era oriundo de corrupção. O pagamento para a construção da mansão no residencial de luxo Damha parou quando ele deixou o cargo de prefeito.
Inicialmente, o recurso ficou parado nas mãos do relator, o desembargador José Ale Ahmad Netto, entre fevereiro de 2021 e 29 de novembro do ano passado, quando o magistrado decidiu incluir na pauta de julgamento.
Na época, o advogado Tiago Bunning, da ex-primeira-dama Andréia Nunes Zanelato, alegou audiência em Chapadão do Sul e pediu par o julgamento ser adiado para o dia 13 de dezembro. O desembargador estava de licença compensatória e acabou marcando o julgamento para o dia 24 de janeiro.
No entanto, na véspera, Olarte decidiu trocar de advogado. Karlen Karim Obeid repassou o caso para Sandra Alves Damasceno Alves, de Dourados. Ela pediu mais prazo para analisar os recursos, inclusive da defesa que pede a anulação da condenação a mais quatro anos de prisão.
No dia 31 de janeiro, o advogado Diego Marcelino Silva Barbosa, de Evandro Farinelli, alegou compromisso em outra ação e pediu o adiamento. O relator deferiu o pedido e o processos acabou adiado pela 4ª vez.
Agora, a 2ª Câmara Criminal adiou pela 5ª vez porque o revisor estará ausente do julgamento, que estava marcado para amanhã.
Apesar de estar preso, Olarte é investigado pela Polícia Civil sobre um suposto golpe aplicado em fieis da igreja Assembleia de Deus Nova Aliança. Um casal de comerciantes teria perdido R$ 800 mil ao cair no golpe um falso leilão orquestrado pelo ex-prefeito. Ele teria sido indiciado pela polícia e o caso estaria nas mãos da promotoria.