Único foragido na Operação La Casa de Papel, Cláudio Barbosa triplicou os ganhos com a empresa usada para dar o golpe em 1,3 milhão de investigadores, segundo investigação da Polícia Federal. Conforme a denúncia do Ministério Público Federal, ele torrou parte do dinheiro na compra de carros de luxo, que tinha a propriedade ocultada por meio de parentes e até de uma idosa que recebia auxílio emergencial.
Barbosa é o único réu acusado de dar o golpe de R$ 4,1 bilhões em 1,3 milhão de investidores que segue foragido. Ele teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Criminal. Os outros acusados de integrar a diretoria da Trust Investig -Ivonélio Abrahão da Silva, 48 anos, o filho, Patrick Abrahão Santos Silva, 24, Cláudio Barbosa, 45, Fabiano Lorite de Lima, 44, Diego Ribeiro Chaves, 34, e Diorge Roberto de Araújo Chaves, 59 – estão presos.
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Conforme a denúncia do Ministério Público Federal, após a aplicação do golpe, que prometia lucro de até 500% e garantia o esquema por meio de pirâmide financeira, Cláudio Barbosa viu os rendimentos triplicarem. Nos anos de 2017 e 2018, ele não tinha renda expressiva.
A situação começou a mudar em 2019, quando recebeu R$ 320 mil da Truster Wallet, empresa criada pela suposta organização criminosa na Estônia. No ano seguinte, ele recebeu R$ 947,7 mil. Em 2021, a empresa enviou R$ 1,092 milhão.
Uma das empresas usadas para ocultar o dinheiro proveniente do golpe foi a Manuela Uniformes. A empresa declarou receita de R$ 55.818,02 em 2020, mas movimentou R$ 448,6 mil, conforme análise dos dados após a quebra do sigilo bancário e fiscal pela Justiça Federal.
A situação ficou mais explícita ainda no ano seguinte, em 2021, quando a empresa declarou R$ 66.761,60, mas movimentou R$ 1,5 milhão.
Cláudio Barbosa comprava carros de luxo e colocava em nome de terceiros. Um Mercedes Benz CLA 2560, avaliada em R$ 288 mil, foi colocada em nome da empresa. Quando o carro teve perda total em um sinistro, a seguradora pagou o valor do seguro para Barbosa. Um Volvo XC90 T8 Inscript foi colocado em nome do filho.
Um outro carro de luxo foi colocado em nome de uma aposentada de 78 anos de idade. De acordo com a PF, ela recebeu o auxílio emergencial de R$ 600, pago pelo Governo federal para os pobres e desempregados durante a pandemia da covid-19.
A namorada de Cláudio era dona de carros de luxo e de imóvel em residencial em Presidente Prudente, apesar de não estudar e não trabalhar. A jovem não tinha nenhuma renda.
Cláudio Barbosa virou réu pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, operação ilegal de instituição financeira, gestão fraudulenta e crime contra o patrimônio da União e ambiental.