Cerca de 110 mil estudantes da rede municipal de ensino iniciaram o ano letivo de 2023 em Campo Grande nesta quarta-feira (8). Além do matagal em algumas escolas, a gestão de Adriane Lopes (Patri) não conseguiu resolver problemas inéditos, como estabelecimentos de ensino sem energia para receber os alunos.
Conforme o Campo Grande News, 16 escolas tiveram os fios de energia elétrica furtados nas férias escolares e o conserto não foi providenciado a tempo. Hoje, a Escola Ione Catarina Gianotti Egydio, no Jardim Noroeste, continuava sem energia.
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No cargo desde abril do ano passado, a prefeita não tinha conhecimento do problema. “Eu não estava sabendo de 16 escolas, o que estava sabendo eram de três escolas que tiveram os fios furtados, mas foi reposto”, garantiu Adriane, conforme o site. No entanto, ela não sabia, também, que o problema continuava no primeiro dia de aula.
“As aulas estão retornando com muita tranquilidade, com entrega de kits escolares, uniformes, merenda de qualidade. Os professores foram capacitados antes do retorno. A gente está com sentimento de muita positividade. Estamos avançando com a revitalização da escola, trabalho feito com muito carinho e hoje estamos na acolhida das crianças, dos pais que vêm deixar seus filhos pela primeira vez. Mas está tudo sob controle”, discursou a prefeita.
Alguns estabelecimentos de ensino continuavam tomado pelo mato e pareciam abandonados, como é o caso do CAIC Rafaela Abraão, no Conjunto Aero Rancho.
“Muitas escolas estavam com problemas em janeiro, tomadas pelo mato, portões com problemas, problema no abastecimento de água”, relatou o vereador Marcos Tabosa (PDT). O pedetista tinha esperanças que o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, resolvesse o problema a tempo.
Pelo volume de queixas dos pais, o secretário, nomeado após a experiência no Colégio Adventista, não conseguiu sanar problemas simples, como limpar as escolas para receber os estudantes.
A autônoma Thays Borges Gomes, 28 anos, contou ao Campo Grande News que não acreditou quando viu a Escola Municipal José Dorileo de Pina, no Bairro Alves Pereira, tomada pelo matagal, ao deixar a filha de 4 anos.
“Como deixar uma criança de 4 anos em uma unidade onde o mato é maior do que ela? O diretor disse para os pais terem paciência porque a escola está em reforma. Deveriam ter feito essa limpeza. No fundo está pior, abandonado mesmo com sala fechada com mato na entrada da sala. Tem uma quadra desativada. A escola está um lixo, não está em condições de receber aluno”, lamentou a mãe.
Na Escola Municipal Elizio Ramirez Vieira, no Jardim Pênfigo, a mãe de uma criança de 5 anos conta que a “escola parece abandonada”, nas palavras dela, que preferiu não se identificar por receio de mal-estar com os profissionais do local.
A Escola Municipal Senador Rachid Saldanha Derzi, no Jardim Noroeste, e o CAIC Rafaela Abrão, no Aero Rancho, também estavam tomados pelo mato.
O Jacaré procurou a assessoria da prefeitura e do secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, na manhã de terça-feira, para saber das medidas adotadas para receber os estudantes, mas não houve retorno.
Outro lado
Após a publicação da matéria, a Prefeitura de Campo Grande enviou nota a O Jacaré informando sobre as medidas tomadas pela Secretaria de Educação. Confira.
Desde o início de janeiro, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) está executando os serviços de manutenção nas unidades escolares da Rede Municipal de Ensino (Reme). As equipes de manutenção mantêm um trabalho contínuo de limpeza, roçada, podas de árvores e pequenos reparos durante todo o ano letivo.
Devido a fortes chuvas no mês de janeiro, a logística de trabalho das equipes foi prejudicada, mas reiteramos que todas as unidades escolares estão recebendo diariamente as devidas manutenções.
A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) informa ainda que as escolas tiveram a energia restabelecida, com o retorno das aulas acontecendo normalmente nas referidas unidades escolares, sem prejuízo aos alunos.
*Matéria atualizada às 18h35 de 8 de fevereiro.