A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou, neste sábado (4), que ficou surpresa ao ter o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como “grande parceiro” no Governo. A emedebista também elogiou o ex-governador de São Paulo, João Doria, por ter sido o primeiro a comprar a vacina contra a covid-19 e fez duras críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Apontada como uma das presidenciáveis, ao lado de Haddad, em 2026, Simone destacou que não haverá candidatura se não fizer o dever de casa em 2023. O principal desafio neste ano será a aprovação da reforma tributária, uma promessa de décadas que nunca sai do papel.
Veja mais:
Simone diz que Petrobras acertou em anular venda: fábrica só iria misturar fertilizantes
Petrobras suspende venda e pode retomar investimento em fábrica de fertilizantes em MS
Fracassa venda da fábrica de fertilizantes festejada por Tereza Cristina e obra emperra em MS
“Meu ministério não é fácil. É o ministério que diz não”, afirmou, referindo-se os cortes no Orçamento que virão pela frente. “O presidente Lula diz que o foco de todos nós, independentemente de esquerda ou de direita, é o crescimento econômico. Isso passa pela rigidez fiscal. Serei austera em relação a isso. Vou receber alguns cartões amarelos, se perceber que vou receber vermelho, vou chegar com jeitinho para o presidente e esclarecer a questão”, contou.
A analogia dos cartões do futebol saiu na sequência de uma pergunta do chairman do Lice, Luiz Fenando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento no primeiro governo de Lula. Ele contou que, à sua época, ouviu do presidente da República que haveria cartões amarelos em caso de “caneladas” na equipe, mas que não se preocupasse com cartão vermelho. Simone Tebet disse que também não tem essa preocupação e que a equipe econômica — ela, Haddad, Geraldo Alckmin e Esther Dweck — está unida.
A ministra foi enfática ao dizer que o país só voltará a crescer quando fizer do “dever de casa”. E são três os desafios: reforma tributária, arcabouço fiscal, tarefa do ministro Haddad, e um ambiente seguro para o investidor, dentro do PPI. “O governo federal tem o recurso limitado, não vamos crescer sem parceria com a iniciativa privada. Vamos garantir um ambiente seguro de negócios. Que vai investir, ter retorno e gerir, sem sobressaltos”, afirmou.
A ministra fez ainda uma retrospectiva do governo Bolsonaro, “um timoneiro sem carta náutica”. Falou ainda das “fake news, discursos de ódio, negacionismo de todas as espécies, negando inclusive vacinas”.
Em contraponto, ela aproveitou a citação das vacinas para agradecer e homenagear o fundador do Lide, o ex-governador de São Paulo João Doria, o primeiro gestor brasileiro a encomendar e comprar vacinas, durante o período mais agudo da pandemia de Covid19. “Os seus discursos vespertinos diários instigando a produção de vacinas moveram o governo federal e salvaram milhares de vidas no Brasil. Foi o que levou o governo federal, com atraso de três meses, a comprar vacinas”, disse, arrancando aplausos da plateia.