A gigante chilena Arauco planeja começar em 2025 a construção da fábrica de celulose em Inocência, a 330 quilômetros de Campo Grande. Com investimento previsto de R$ 15 bilhões, a indústria vai precisar de 12 mil trabalhadores no pico da construção – o que significa ampliar em 776% o número de vagas de empregos na pequena cidade com 8.424 habitantes, encravada na região nordeste de Mato Grosso do Sul.
Antes de iniciar as obras, o investimento bilionário já começa a movimentar a economia da região. Por meio da empresa Mahal, a multinacional chilena já plantou 60 mil hectares de eucalipto em seis cidades da região – Inocência, Aparecida do Taboado, Água Clara, Chapadão do Sul, Selvíria e Três Lagoas. A meta é contar com 340 mil hectares para colocar a primeira estaca.
Veja mais:
Fábrica de celulose deve dobrar mão de obra e contar com 10 mil operários no início de 2023
Valor do aluguel dispara e Ribas tem problemas de cidade grande à espera de “boom econômico”
TJ sepulta Comissão Processante e “salva” mandato do único prefeito do PSOL em MS
MS tem 24 municípios com menos de 10 mil habitantes; cinco cidades perderam moradores
Com a indústria concluída, cuja previsão é 2028, a fábrica deve gerar 2,3 mil empregos diretos e indiretos, conforme estimativa da Arauco. Serão 250 operários na empresa, 300 indiretos e 1,8 mil no setor florestal.
O total de novos é mais que o dobro do número atual de pessoas empregadas em Inocência. De acordo com o IBGE, 1.369 moradores trabalham na cidade. Dos 8,4 mil moradores, 34% são miseráveis e sobrevivem com menos de meio salário mínimo por mês.
A Arauco pretende produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano e será a 5ª unidade em Mato Grosso do Sul. O Estado tem duas da Suzano (3,25 milhões de toneladas) e uma da Eldorado (1,8 milhão de toneladas) em Três Lagoas. A 4ª está em construção em Ribas do Rio Pardo com investimento de R$ 19 bilhões.
De acordo com o governador Eduardo Riedel (PSDB), o Governo está definindo a contrapartida para garantir o empreendimento em Inocência. “Discutimos as contrapartidas do Estado, estradas, pavimentação, linha férrea, fibra ótica, que tem que chegar à empresa, todas as ações que o Estado tem que fazer para viabilizar esse que é um dos maiores investimentos privados do Brasil e que começa a partir de já, esse ano, a área florestal, que é a base de produção para empresa de celulose. Então, a gente entrega no dia a dia as ações do Governo do Estado para viabilizar essa unidade”, afirmou o tucano.
“Estamos muito confiantes com o projeto Sucuriú, com a cooperação do Governo do Estado e do Município. Desde o início, o projeto sempre foi estruturado dessa forma: um trabalho em equipe do Governo, do Município e da Arauco. Esse projeto, assim como o DNA da Arauco, está fortemente calcado nos três pilares da ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança) e da sustentabilidade e temos certeza de que ele vai trazer desenvolvimento econômico, social, e uma pegada altamente sustentável na forma de gerir e executar os projetos aqui no Estado, fazendo com que Mato Grosso do Sul se consolide realmente como o Vale da Celulose”, afirmou o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Arauco, Mário José de Souza Neto.
A Arauco conta indústrias Montenegro (RS), Pien, Jaguariaiva e Ponta Grossa (PR) e unidades florestais em quatro municípios do Paraná. A empresa conta com unidades na Argentina, Austrália, Chile, Colombia, México, Peru, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.