Eleito em 2018 com discurso da “nova política”, prometendo melhor uso do dinheiro público, o deputado federal Loester Trutis (PL) vai encerrar o mandato como campeão de gastos da cota parlamentar em 2022. Também termina enrolado com a Justiça, já que é acusado pela Polícia Federal de forjar um atentado contra si.
Nos 12 meses do ano passado, Trutis gastou o total de R$ 487 mil, a maior parte com consultoria e pesquisas (R$ 157 mil, 32,24%), segundo informações do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. Em seguida, vem divulgação da atividade parlamentar (R$ 81 mil, 16,63%), com aluguel de veículos (R$ 71,3 mil, 14,64%) fechando o top três de gastos.
O parlamentar desembolsou de sua cota mais R$ 61 mil com manutenção de escritório, quase R$ 42 mil com passagens aéreas, e R$ 32,7 mil com combustíveis. Também foram quase R$ 42 mil com outros serviços.
Cada deputado federal tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32.
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A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens.
Os deputados sul-mato-grossenses têm cada um R$ 46.336,64 por mês para gastos da cota parlamentar.
Além disso, cada deputado tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32.
Em 2022, o gasto de Loester Trutis com verba de gabinete foi de R$ 1,2 milhão.
Outros deputados
Para efeito de comparação sobre a possibilidade de economia, o deputado Fábio Trad (PSD) foi o que menos gastou recursos da cota em 2022, com R$ 242 mil. Ou seja, menos da metade que o colega bolsonarista.
No ano passado, os gastos dos deputados federais de Mato Grosso do Sul com cota parlamentar foi de R$ 3,2 milhões no total. Também torraram R$ 10,2 milhões com verba de gabinete.
Apesar de ficarem como as duas que menos gastaram em 2022, Tereza Cristina (PP) e Bia Cavassa (PSDB) não exerceram mandato em todos os meses do ano. A primeira foi ministra de Agricultura de Jair Bolsonaro (PL) e a segunda, sua suplente enquanto trabalhava no ministério, e por isso acabam sendo registrados nove deputados.
Confira o gasto dos parlamentares de MS em 2022
Loester Trutis (PL) | R$ 487.039,95 |
Dagoberto Nogueira (PSDB) | R$ 479.616,57 |
Vander Loubet (PT) | R$ 473.347,40 |
Dr. Luiz Ovando (PP) | R$ 455.010,84 |
Beto Pereira (PSDB) | R$ 438.753,76 |
Rose Modesto (UNIAO) | R$ 355.617,28 |
Fábio Trad (PSD) | R$ 242.087,27 |
Tereza Cristina (PP) | R$ 232.418,92 |
Bia Cavassa (PSDB) | R$ 118.346,87 |
A reportagem entrou em contato com o deputado Loester Trutis, mas não obteve esposta até a publicação deste texto.
Os 513 deputados federais eleitos em outubro do ano passado tomarão posse no próximo dia 1º de fevereiro em sessão marcada para as 9h (MS), no Plenário Ulysses Guimarães. No mesmo dia, às 16h30, começa a sessão destinada à eleição do novo presidente e da Mesa Diretora para o biênio 2023/2024.
Beto Pereira (PSDB), Vander Loubet (PT), Dr. Luiz Ovando (PP) e Dagoberto Nogueira (PSDB) mantiveram suas vagas na Casa. Loester Trutis (PL), Rose Modesto (UNIAO), Fábio Trad (PSD), Tereza Cristina (PP, eleita senadora), e Bia Cavassa (PSDB) se despedem do mandato.
Geraldo Resende (PSDB) retorna; enquanto Camila Jara (PT), Rodolfo Nogueira (PL) e Marcos Pollon (PL) estreiam como deputados federais e vão poder desfrutar de todas as benesses que o mandato proporciona.