Após propagar a informação falsa de que yanomamis em grave situação de desnutrição são venezuelanos, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) divulgou nota, nesta quinta-feira (26), dizendo que houve “distorção da sua fala” e pede que a Funai investigue o governo de Jair Bolsonaro (PL) por não ter entregue cestas básicas aos indígenas.
“Em resposta à matéria sobre indígenas Yanomami veiculada nas redes sociais da emissora Tv Morena, o deputado federal Dr. Luiz Ovando esclarece que o trecho que circula nas redes sociais destaca apenas parte específica de sua entrevista e afirma que houve distorção de sua fala”, começa a nota.
Na sequência, Ovando, que é médico há 47 anos, esclarece que “em nenhum momento afirmou, mas sim questionou, sobre a nacionalidade dos indígenas”.
O deputado, porém, foi bem claro quando disse “eu acho que esses índios que eles não são brasileiros e a gente sabe disso pelas ações que foram feitas. Eu não acredito que eles sejam brasileiros. Acredito que eles sejam venezuelanos”, durante o programa Bom Dia MS, da TV Morena, na quarta (25).
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A situação de grave estado de desnutrição e desassistência médica em que vivem os yanomamis foi denunciada pelo site Sumaúma. Segundo dados da reportagem, 570 crianças yanomamis com menos de 5 anos de idade morreram por causas evitáveis durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). Os dados são do Ministério da Saúde.
A nota prossegue com o parlamentar bolsonarista solicitando “profunda investigação sobre o caso” e que o superintendente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) explique o porquê da “desnutrição dos indígenas supracitados e o motivo pelo qual não receberam as cestas alimentares do governo de Jair Bolsonaro”.
Mentira
Diante da repercussão da situação em que estão os yanomamis, apoiadores do ex-presidente tentam dissociar do governo Bolsonaro as imagens da tragédia. Para isso, disseminam a mentira de que os indígenas nas imagens divulgadas são venezuelanos e não brasileiros, o que não é verdade.
O estado crítico da comunidade indígena fez com que o presidente Lula (PT) fosse até o local verificar pessoalmente o problema. O petista declarou que o abandono dos povos yanomamis pela gestão do ex-presidente Bolsonaro é “um crime premeditado” e um “genocídio”.
Após a visita à comunidade, Lula institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. O objetivo do grupo é discutir as medidas a serem adotadas e auxiliar na articulação interpoderes e interfederativa.