Com a defasagem acumulada de 134% na tabela do Imposto de Renda, mais de 121 mil contribuintes de Mato Grosso do Sul passaram a pagar o tributo na gestão de Jair Bolsonaro (PL). A tabele não é corrigida desde 2015 e a cada ano cresce o número de pessoas que são obrigadas a prestar contas com o Leão.
O número deve crescer este ano com a manutenção do valor da isenção em R$ 1.903,98 – que representa um salário mínimo e meio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o compromisso é elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil, mas precisa encontrar uma fonte para compensar a perda de receita de R$ 239 bilhões.
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No entanto, abrir mão de imposto é uma tarefa complicada para os governantes brasileiros. Michel Temer (MDB) passou dois anos e meio sem corrigir a tabela. Bolsonaro passou os quatro anos sem elevar o valor mínimo de quem deveria contribuir com o fisco federal.
Número de declarações entregues em MS cresceu 27%
2018 – 439.263
2019 – 463.853
2020 – 477.870
2021 – 533.823
2022 – 561.141
De acordo com a Receita Federal do Brasil, o número de contribuintes do IR em MS cresceu 27% nos últimos quatro anos, passando de 439.263, em 2018, para 561.141 contribuintes no ano passado. Houve um acréscimo de 121.878 novas declarações em quatro anos.
Com o aumento no valor do salário mínimo, de R$ 1.2012 para R$ 1.302, o número de trabalhadores obrigados a prestar contas com o Leão deverá crescer novamente neste ano. O Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) estima que a tabela possui defasagem de 134,53%.
Caso fosse considerado neste ano, a defasagem é ainda maior, de 148%. Pelos cálculos da entidade, o trabalhador com renda de até R$ 4.719,33 deveria ser isento do pagamento do IR. No País, a correção poderia contemplar 18 milhões de brasileiros que deixariam de recolher o imposto.
Como está a tabela atual do IR desde 2016
Até 1.903,98 – isento
De R$1.903,99 até R$2.826,65 – 7,5%
De R$2.826,66 até R$3.751,05 – 15%
De R$3.751,06 até R$4.664,68 – 22,5%
Acima de R$ 4.664,68 – 2