Os bolsonaristas aumentaram a pressão sobre os senadores de Mato Grosso do Sul e passaram a bombardear os parlamentares para não votarem na reeleição do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), de Minas Gerais. A pressão surtiu efeito, já Soraya Thronicke (União Brasil) e Nelsinho Trad (PSD) fazem mistério sobre em quem vão votar na próxima semana.
Nem o fato de ser do mesmo partido de Pacheco faz Nelsinho declarar o voto. O ex-prefeito da Capital tem dito que vai decidir após a reunião dos 13 senadores da sigla, prevista para os próximos dias.
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Nelsinho não descarta a hipótese de trair Pacheco e votar no adversário, o ex-ministro de Jair Bolsonaro, Rogério Marinho (PL), que assume o mandato no próximo dia 1º de fevereiro. Ele conta com o voto da futura senadora de MS, Tereza Cristina (PP), que não vai honrar o acordo fechado por Arthur Lira (PP), na Câmara dos Deputados, para apoiar o bolsonarista.
Soraya afirmou que decidiu não declarar voto, por enquanto. “Ainda não decidi se abrirei o voto”, afirmou a senadora, que foi eleita na onda do bolsonarismo e passou a ter um papel de oposição contundente contra Bolsonaro.
Contudo, a advogada sul-mato-grossense admitiu que a pressão dos bolsonaristas pela eleição de Marinho tem sido muito grande. “Um número exagerado (de manifestações contra Pacheco), e eu já disse ao líder do PL e também ao próprio Rogério Marinho que isso não ajuda, só atrapalha. Manter o modus operandi não é nada inteligente, mas enfim…”, afirmou a senadora.
Rodrigo Pacheco tem o apoio do presidente Lula, assim como Lira. No entanto, o bolsonarismo é contra a sua reeleição por avaliar que a cassação do petista ficaria mais fácil com a eleição de Marinho. Só que eventual impeachment começa pela Câmara dos Deputados e não pelo Senado.