Preso em decorrência da condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido), trocou de advogado na véspera da audiência. Ele recorreu a uma advogada de Dourados. Graças a troca de defensor, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Justiça adiou o julgamento do empresário e pastor evangélico pela 3ª vez.
O adiamento ocorre após o processo ficar parado com o relator, desembargador José Ale Ahmad Netto, por mais de um ano. O magistrado manteve na gaveta o recurso do Ministério Público Estadual para ampliar a sentença do ex-prefeito desde 16 de novembro de 2021.
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O desembargador marcou o julgamento para o dia 29 de novembro do ano passado. Houve um contratempo e foi adiado pela primeira vez para o dia 6 de dezembro do ano passado. Na época, o advogado Tiago Bunning, da ex-primeira-dama Andréia Nunes Zanelato, alegou audiência em Chapadão do Sul e pediu par o julgamento ser adiado para o dia 13 de dezembro.
O desembargador estava de licença compensatória e acabou marcando o julgamento para esta terça-feira (24). No entanto, na segunda-feira (23), Olarte decidiu trocar de advogado. Karlen Karim Obeid repassou o caso para Sandra Alves Damasceno Alves.
“O Apelante vem manifestar seu desejo em sustentar oralmente em sessão, pois acredita que a exposição dos fatos de forma ressaltada e bem esclarecida pode fazer a diferença em seu recurso, frente a condenação em primeira instancia”, alegou a nova advogada, em petição feita ainda na segunda.
“Todavia, tendo em vista que a causídica contratada foi constituída somente na data de hoje, e verificando que se tratam de mais de 5.000 páginas distribuídas entre denúncia, provas, depoimentos, memoriais, sentença e recursos, tem-se que é humanamente impossível desenvolver estudo apurado sobre o caso e assim produzir uma sustentação oral valorizada que possa fazer a diferença real no feito, uma vez que a exposição da verdade, diz respeito não somente a interesse do acusado, mas de toda a sociedade, tendo em vista o cargo que ocupava”, argumentou.
“Logo, a manifestante não possui conhecimento do processo, apto a demonstrar o ponto fulcral deduzido nas razões ou contrarrazões recursais já apresentada, razão pela qual, requer-se o adiamento de modo a possibilitar a realização de sustentação oral, a fim de não se caracterizar cerceamento de defesa”, completou.
“Além do acima exposto, cabe informar que a causídica que assumi o feito encontra-se hoje na cidade de Dourados/MS, onde voltou a residir desde sábado (21/01/23), e na data de hoje 23/01/23 terá audiência de custódia no feito (…), comprovável inicio as 13:30, o que demandará também diminuição de tempo disponível para estudo do caso”, justificou-se.
Com o adiamento, o julgamento ficou previsto para a próxima terça-feira (31).
A 2ª Câmara Criminal analisará pedido do Ministério Público Estadual para ampliar a pena do pastor evangélico pela compra de mais nove imóveis. Ele e a ex-primeira-dama, Andréia Nunes Zanelato Olarte, foram condenados por ocultar R$ 1,3 milhão na compra do terreno e construção de uma mansão no residencial de luxo Damha.
O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, condenou o ex-prefeito a quatro anos e seis meses, a ex-esposa a quatro anos e três meses. O corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida e o suposto testa de ferro, o empresário Evandro Simões Farinelli, foram condenados a três anos e seis meses. Os réus querem anular a sentença.