Próximo de completar um mês de gestão, quase uma dezena de ex-prefeitos derrotados ou que não disputaram as eleições de 2022 foram nomeados para trabalhar no Governo do Estado. No dia 16 janeiro, sete ex-chefes do Executivo ganharam cargos de direção e assessoramento, os chamados cargos comissionados, até esposa foi agraciada com vaga.
Os ex-prefeitos filiados ao PSDB Rogério Rodrigues Rosalin (Figueirão), Roberto Tavares Almeida (Taquarussu), Silas José da Silva (Água Clara), José Gomes Goulart (Sete Quedas), e dos aliados PP Ivan da Cruz Pereira (Paraíso das Águas) e MDB Valdemir Nogueira de Souza (Jaraguari) foram agraciados com funções vinculadas à Governadoria.
Todos foram alocados na Secretaria de Estado da Casa Civil, comandada pelo ex-deputado estadual Eduardo Rocha (MDB). Os salários variam de R$ 3.850,00 a R$ 6.001,00, conforme o símbolo do cargo, e podem até dobrar com gratificações, chegando assim à casa dos dois dígitos.
Como de praxe, os ex-prefeitos devem exercer função de coordenadores regionais e municipais, para atuar junto às suas cidades de origem, levantando dados e demandas, como também ajudar na interlocução com as prefeituras e Câmaras municipais.
A ex-prefeita de Miranda Juliana Pereira Almeida de Almeida também faz parte da turma nomeada em 16 de janeiro. Eleita em 2012, ela teve o mandato cassado por suspeita de compra de votos e chegou a ficar inelegível por 8 anos. A condenação, porém, foi revertida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), levando-a novamente ao comando do município.
Todas as nomeações são assinadas pelo ex-prefeito de Bataguassu Pedro Arlei Caravina (PSDB), deputado estadual eleito que aceitou a chefia da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica (Segov).
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Caravina também foi presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), cargo que anteriormente foi ocupado por Juvenal de Assunção Neto (PSDB), ex-prefeito de Nova Alvorada do Sul.
Juvenal Neto foi nomeado, em 23 de janeiro, como assessor especial no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS), com salário de R$ 7,4 mil mais 100% por representação, elevando o vencimento para R$ 14,8 mil.
A esposa de Juvenal, Ana Paula Martins Pereira de Assunção, também tem cargo no governo, tendo sido nomeada no início deste mês para cargo comissionado na Segov, com salário de R$11,2 mil. Ela já foi Superintendente de Orçamento, Administração e Finanças da Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização (SAD).
O ex-prefeito de Nova Alvorada do Sul e ex-secretários em sua gestão foram acusados, em 2019, de atuarem na emissão de notas frias para pagamentos de serviços que não foram prestados ao município.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPMS), o dinheiro acabou sendo usado para pagamento de dívidas do PSDB e para campanha eleitoral à reeleição de Juvenal naquele ano. Ainda segundo a acusação, foram emitidas notas em valor superior a R$ 25,6 mil. Juvenal acabou perdendo as eleições daquele ano.